A presidente afastada Dilma Rousseff depõe nesta segunda-feira, 29, ao Senado, a partir das 9 horas. Segundo informações, o objetivo dos partidos que apoiam o afastamento definitivo da presidente, a ideia é atentar o máximo possível sobre questionamentos  técnicos sobre os crimes de responsabilidade pelos quais Dilma é acusada, como as pedaladas fiscais. A intenção é evitar provocações desnecessárias.

O acerto dos senadores da base do presidente em exercício Michel Temer, porém, é que caberá à petista dar o clima do depoimento, uma vez que Dilma será a primeira a falar. A avaliação de aliados de Temer é que a presença de Dilma no julgamento vai referendar a legalidade do processo, embora ela deva afirmar ao Senado que se trata de um golpe contra seu governo.

Maior bancada da Casa com 19 senadores e outrora esteio do governo Dilma, o PMDB também deve se esquivar de um embate direto com a presidente afastada. O acerto costurado pelo líder do partido, Eunício Oliveira (CE), é não a constranger e também proteger a bancada, que conta com cinco ex-ministros da petista.

Por isso, apenas seis senadores do partido se inscreveram para perguntar. Dois deles – a ex-ministra Kátia Abreu (TO) e Roberto Requião (PR) – favoráveis a Dilma. Eunício ainda quer reduzir a lista até o início da sessão. “Se depender de mim, e se alguém me escutar ninguém fará questionamento”, disse o líder do PMDB.

Dilma deve ser acompanhada por apoiadores no Senado. Entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O temor de senadores governistas é que a presença do ex-presidente possa inflamar a presidente afastada e parlamentares aliados. A ordem é não provocar.

Outra preocupação é o tom adotado pela advogada Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment. Ela sinalizou a senadores que será incisiva, mas sem ser descortês nos questionamentos à presidente afastada.

Fonte: Estadão