Foto: Organizações Indígenas

O projeto privado Ilha do Bananal + entra na fase de execução a partir do segundo semestre deste ano, com previsão de início para o mês de agosto. A informação foi repassada às organizações que representam as comunidades da ilha, em reuniões nesta quarta-feira (28/06), com a consultoria Biofix, responsável pela implantação do projeto na ilha mediante parceria com as organizações.

O Instituto Indígena do Tocantins está acompanhando as tratativas de perto, uma vez que a entidade é responsável por fazer a articulação e o monitoramento das ações junto à Biofix e, conjuntamente, com todas as associações representantes dos povos. “A parceria entre a entidade, a Biofix e as organizações comunitárias tem o sentido de promover uma construção coletiva”, explica Paulo Ixati Karajá, presidente da entidade.

Ele explica que umas das premissas fundamentais do Instituto é resguardar os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal. “É uma entidade subsidiária nas questões que envolvem os direitos dos povos indígenas, por isso que é um papel fundamental do Instituto orientar e avaliar todo o processo, o que também já é feito pelo Ministério Público, Funai e órgãos de meio ambiente, para que tudo ocorra da melhor forma”, destacou Paulo Karajá.

Foram realizadas duas reuniões, uma em Palmas e outra em Formoso do Araguaia, reunindo representantes da Biofix; do Instituto dos Caciques e Povos Indígenas da Ilha do Bananal (Icapib) e do Conselho das Organizações Indígenas Javaé da Ilha do Bananal (Conjaba).

Planos

Esta nova fase significa que os primeiros repasses dos recursos da venda de carbono começam a ser disponibilizados às comunidades a fim de que coloquem em prática os planos construídos nas oficinas de salvaguarda. “É importante que neste momento possamos analisar todos os detalhes das etapas de finalização do projeto para que comecemos as atividades de execução dos planos de trabalho”, disse Paulo Karajá durante uma transmissão on-line com os envolvidos.

“Acredito que com esse novo modelo de trabalho podemos promover grandes mudanças nas comunidades. Com esses recursos podemos trazer transformações sociais positivas, fortalecer a cultura e a defesa dos nossos territórios da Ilha do Bananal. Espero que a gente construa esse plano de trabalho e a execução da melhor forma, envolvendo todos os segmentos dentro das comunidades indígenas”, destacou Paulo Karajá.

O presidente do Instituto ainda ressaltou que os territórios são usufruto dos povos que ali residem e que os projetos serão reforços nas áreas da saúde, da educação e do lazer.  “É um sonho das lideranças, construído nas oficinas de salvaguarda e esperamos ter êxito”, concluiu, reforçando que os resultados positivos são reflexo da atuação da então presidente da entidade, Narubia Werreria, que deixou a atividade para assumir a secretaria do Povos Originários e Tradicionais (Sepot), no início deste ano.

Oficinas

Foram realizadas várias oficinas de salvaguarda junto às comunidades, ainda sob o acompanhamento da gestão da então presidente Narubia Werreria.  “Depois disso, o projeto foi escrito e estamos na fase de venda do carbono para realizar os planos de trabalho obedecendo as premissas”, explica Paulo Karajá.

 Premissas de salvaguarda

Por meio de ajuda mútua o Indtins e a Biofix tem a missão de atuar junto às organizações para respeitar e realizar as premissas de salvaguarda. Estas representam princípios e áreas de atuação que desempenham um papel fundamental na busca pela sustentabilidade e a proteção ambiental em âmbito mundial.

As premissas de salvaguarda visam abordar questões fundamentais e estabelecer diretrizes que promovam um futuro mais sustentável para o planeta. Para isso, listam-se o fortalecimento institucional e a governança; o fortalecimento da educação; o reflorestamento participativo de ecossistemas degradados; o monitoramento, o controle de desmatamento e da degradação florestal; programas de saúde; negócios verdes e promoção da igualdade e da justiça social.

 

Fonte: Comunicação Indtins \Val Rodrigues