Depois que a Polícia Federal deflagrou duas operações que investigam contratações milionárias feitas pelo município, a Prefeitura de Palmas anunciou a exoneração de Edmilson Vieira das Virgens, titular da pasta de Desenvolvimento Urbano e Serviços Regionais, Maria de Fátima Pereira de Sena e Silva, gestora da Secretária de Educação e Fernanda da Silva, secretária executiva também da Educação. O comunicado do município foi divulgado no início da noite desta quinta-feira (10).

Edmilson foi preso em flagrante pela Polícia Federal suspeito de lavagem de dinheiro. A prisão aconteceu pela manhã, durante duas operações que investigam fraudes em contratos públicos da Educação que ultrapassam R$ 30 milhões. Momentos antes, os federais encontraram uma casa que servia como esconderijo para guardar várias bolsas e caixas cheias de dinheiro e joias.

O secretário foi levado para fazer exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML) de Palmas e depois foi levado para o Quartel do Comando Geral (QCG).

Os federais cumpriram mandados de busca na sede da Secretaria Municipal de Educação e no prédio da prefeitura, na Avenida JK.

No comunicado da Prefeitura de Palmas, explicou que a decisão pelas exonerações é para garantir a ‘proteção do interesse público’. (Veja comunicado na íntegra ao final da reportagem).

A Operação

Segundo a PF, um dos contratos é relacionado ao transporte escolar, no valor de R$ 19,9 milhões. Pela estimativa, o município está pagando cerca de R$ 110 mil por dia de contrato, considerando o prazo de 180 dias.

Em outro contrato, a apuração é sobre a compra de kits pedagógicos para escolas municipais. O contrato no valor de R$ 14,9 milhões é alvo porque foi feito sem licitação. Além disso, a polícia também suspeita que houve suposto pagamento de propina para agentes públicos.

Segundo a decisão que autorizou as buscas, Edmilson possui estreita relação com Fernanda da Silva e teria indicado ela ao cargo de secretária executiva da Educação. Ela seria a responsável pela contratação da empresa MindLab do Brasil para fornecer os kits pedagógicos, pagos com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).