Uma das vítimas de feminicídio em Palmas este ano foi Juraci dos Prazeres Souza, 46 anos, no Loteamento Água Boa, região norte da capital - Foto - Alessandro Ferreira/Agência Tocantins

Uma das vítimas de feminicídio em Palmas este ano foi Juraci dos Prazeres Souza, 46 anos, no Loteamento Água Boa, região norte da capital – Foto – Alessandro Ferreira/Agência Tocantins

Os casos de feminicídio vem aumentando de forma assustadora e tem deixado muitas pessoas preocupadas no país. O Brasil, segundo Monitor da Violência, entre os anos de 2021 e 2022, registrou um aumento foi de 5,5%, nos casos deste tipo de crime com uma mulher morta a cada seis horas.

Já em 2023, o número de feminicídios até março no país, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher, já era de 1. 410, maior número já registrado desde que a Lei do Feminicídio entrou em vigor, em 2015.

No Tocantins houve também o aumento nos casos de feminicídios entre os anos de 2022 e 2023 – até o momento – no Estado.

Segundo um levantamento feito pela Gazeta do Cerrado, nesta segunda-feira, 4, na plataforma da Secretaria de Segurança Pública (SPP-TO), onde são disponibilizados os dados de vários crimes, o Estado registrou em 2023 cerca de 19 feminicídios.

Os crimes foram registrados entre os dias 1º de janeiro até o último dia 3 de dezembro. Conforme os dados da SSP-TO, foram três feminicídios em Palmas, três em Porto Nacional, dois em Araguaína, dois em Colinas do Tocantins, um em Abreulândia, um em Campos Lindos, um em Gurupi, um em Lagoa, um em Palmeirópolis, um em Ponte Alta do Tocantins, um e Praia Norte e outro em Xambioá.

Na capital, um dos casos que gerou repercussão foi este ano foi o de  Juraci dos Prazeres Souza, 46 anos, em 17/08/2023. Ela foi encontrada morta dentro de casa, no Setor e Loteamento Água Boa, na região norte da cidade.

Na época, segundo a polícia, os familiares acharam estranho o sumiço da vítima e ligaram para um vizinho, para ele verificar se ela estava bem. Ao pular o muro da casa o vizinho encontrou a vítima já morte com várias perfurações pelo corpo em cima da cama.

O ex-marido de Juraci, identificado como Alciomario Barbosa Leite, de 41 anos, foi preso no dia 23 de agosto após ficar vários dias foragido.

Madalena dos Santos Marques de 50 anos, foi morta pelo marido no Jardim Aureny III, em novembro deste ano - Foto - Polícia Militar do Tocantins

Madalena dos Santos Marques de 50 anos, foi morta pelo marido no Jardim Aureny III, em novembro deste ano – Foto – Polícia Militar do Tocantins

Em novembro deste ano, o feminicídio de Madalena dos Santos Marques de 50 anos, também chocou os moradores do Jardim Aureny III. O principal suspeito, o marido de Madalena, conforme a polícia, não tentou fugir e foi preso na área da residência do casal.

Madalena foi atingida por um golpe de faca no peito e outro na barriga.

Leia sobre o caso – Feminicídio cruel: Por ciúmes, homem mata esposa a facadas na Aureny III | Gazeta do Cerrado

Em 2022 o Estado registrou cinco casos a menos, ou seja, 14 feminicídios entre janeiro até o dia 3 de dezembro. De acordo com a plataforma da SSP-TO, até o fim do ano de 2022 não houve mais registros.  Dois dos crimes foram registrados em Araguaína, dois em Palmas, um em Augustinópolis, um em Barrolândia, um em Bom Jesus do Tocantins, um em Dianópolis, um em Formoso do Araguaia, um Lagoa da Confusão, um em Peixe, um Porto Alegre do Tocantins, um em Santa Fé do Araguaia e um em Taguatinga.

Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180

O Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos.

O serviço também tem a atribuição de orientar mulheres em situação de violência, direcionando-as para os serviços especializados da rede de atendimento. No Ligue 180, ainda é possível se informar sobre os direitos da mulher, a legislação vigente sobre o tema e a rede de atendimento e acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.

Além do telefone, em quais canais é possível realizar denúncias?

Além do número de telefone 180, é possível realizar denúncias de violência contra a mulher pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), responsável pelo serviço. No site está disponível o atendimento por chat e com acessibilidade para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Também é possível receber atendimento pelo Telegram. Basta acessar o aplicativo, digitar na busca “DireitosHumanosBrasil” e mandar mensagem para a equipe da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.

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Reportagem Gazeta do Cerrado