O número de pessoas que moram e casas com acesso à rede de coleta de esgoto aumentou no Tocantins. Mesmo assim, menos de 30% da população possui acesso a esse tipo de serviço no estado, segundo dados do Censo 2022. Em quase metade dos lares, 46,7%, ainda são utilizadas fossa rudimentares, ou seja, buracos no solo para serem destinados os dejetos.

Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte dos resultados do Censo 2022. Na pesquisa, o Tocantins registrou o 9º menor percentual no ranking nacional de pessoas vivendo em domicílios com rede de esgoto. Na comparação por região, teve o segundo melhor resultado, perdendo somente para Roraima (69,5%).

A Secretaria de Estado das Cidades, Habitação e Desenvolvimento Regional (Secidh) afirmou que tem trabalhado na implementação do Novo Marco Legal do Saneamento Básico para o Tocantins com o apoio da Agencia Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). (Veja nota completa abaixo)

Outros meios de destinação de esgoto identificadas no Tocantins são a rede geral ou pluvial (26,4%) e fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede (21,7%) e fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede (2,0%). De acordo com o Instituto, essas três formas são consideradas adequadas segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).

Os tocantinenses também responderam à pesquisa com outras categorias de esgoto. ‘Outra forma’ representou 0,79% dos domicílios, vala, por 0,47% e esgotamento diretamente em rio, lago, córrego ou mar, com 0,08%.

Veja como funciona cada tipo de esgotamento:

  • Rede de coleta de esgoto: Tubulações que encaminham esgoto ao local de tratamento ou lançamento final.
  • Fossa rudimentar: também chamada de fossa negra, se trata de um buraco construído no terreno onde são depositados os dejetos podem contaminar o solo.
  • Rede geral ou pluvial: coleta água da chuva canalizada e com as chamadas ‘bocas de lobo’ nas ruas.
  • Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede: composta por três tanques de armazenamento dos dejetos que separam o líquido do sólido e filtram parte das impurezas, mas precisam ser esvaziadas anualmente.
  • Fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede: tipo de esgotamento adequado, em que os dejetos são destinados às estações de tratamento.
  • Vala: escavação ou tubulação instalada que serve para escorrer dejetos até determinado ponto.
  • Esgotamento diretamente em rio, lago, córrego ou mar: lançamento de dejetos nos afluentes sem nenhum tratamento.

Analisando os municípios que não possuem rede de esgoto considerada adequada, a pesquisa do IBGE apontou que em 54 cidades mais de 90% da população possui esgotamento por meio da fossa rudimentar ou despejo em valas, afluentes e outras formas citadas no questionário do censo. Em cinco cidades, mais de 99% da população tem acesso apenas a esses tipos de esgoto. Confira:

  • Juarina (99,78%);
  • Combinado (99,24%);
  • Chapada de Natividade (99,17%);
  • Itaporã do Tocantins (99,07%);
  • Tabocão (99,04%).

Os municípios que a menor parte da população depende de fossa rudimentar são:

  • Angico (7,52%);
  • Palmas (10,04%)
  • Lizarda (10,49%)
  • Ipueiras (11,66%)
  • Araguanã (17,88%)