A utilização da música e seus elementos estão auxiliando no desenvolvimento das múltiplas habilidades de alunos da educação especial nas escolas estaduais do Tocantins. Os estudantes são atendidos na Sala de Recursos da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc). Utilizando a musicoterapia, duas vezes por semana, a equipe de educadores já percebeu resultados positivos no comportamento e nas percepções dos alunos. O projeto está sendo desenvolvido desde o final do mês de abril, e atende, atualmente, nove alunos com diferentes limitações.

As educadoras Maria da Paixão Lima e Socorro Tavares são apaixonadas pelo que fazem, e estão encantadas com o efeito que a musicoterapia promove no ser humano. “Esses alunos que atendemos aqui são estudantes que estão inseridos na rede regular de ensino”, lembrou a professora Socorro. Já Maria da Paixão contou que a musicoterapia tem auxiliado os estudantes com autismo, que geralmente tem dificuldades de interação social, a interagirem melhor.

“Percebemos nesses alunos a mudança na expressão facial, eles aprendem a comunicar a alegria ou a tristeza que sentem. Eles interagem com os instrumentos, cantam e tomam iniciativas, e os avanços, que estamos percebendo, faz com que alcancemos o nosso objetivo, que é auxiliar no desenvolvimento integral desses alunos”, frisou Maria da Paixão.

O professor Dhanylho Laureano dos Santos, da Gerência de Cultura, que trabalha com a musicoterapia, destacou benefícios como a melhoria da coordenação motora. “A música proporciona vários espaços de probabilidades”.

A diretora de Educação Especial, Luzia América Gama de Lima, também destacou a comunicabilidade e a interação que os alunos passaram a ter depois do contato com a música. “É compensador ver a alegria dessas crianças, o comprometimento dos professores, e perceber que o projeto está dando certo”, ressaltou Luzia.

Amor incondicional

Quem trabalha com os alunos na Sala de Recursos Multifuncionais desenvolve primeiramente um amor incondicional pelo carinho que recebe dos educandos. A aluna Maria Luiza Neto, 8 anos, é de pouca conversa, mas interage com o ambiente, observa os objetos e expressa o seu gosto pelas brincadeiras.

O aluno João Pedro Bernardes Lima, 13 anos, expressa o seu gosto pela música e pelos instrumentos. “Gosto muito da canção de Natal e das brincadeiras”, disse. Quando ele está em contato com os instrumentos musicais parece colocar para fora todo o seu potencial, e é assim que a musicoterapia e o cuidado com esses alunos auxiliam na verdadeira inclusão social e na sua afirmação como ser humano.

Outra aluna que participa da musicoterapia, Iasmim Pereira, 5 anos, saiu da aula de música expressando tanto amor, que abraçou as pessoas que passavam pelo seu caminho.

Musicoterapia            

O professor Dhanylho explicou a relevância da musicoterapia e a importância de as pessoas entenderem o seu conceito. Ele destacou o curso de bacharelado em musicoterapia, que está sendo ofertado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pela Universidade do Paraná. “Podemos comparar os efeitos da musicoterapia como os da fisioterapia, e é um conhecimento que une a música com alguns conceitos da psicologia para melhorar o bem-estar do ser humano”, esclareceu.

Atualmente, a musicoterapia está integrando tratamentos para pessoas com distúrbios da fala e da audição ou deficiência mental, como também, na reabilitação motora, no restabelecimento das funções de acidentados ou de pessoas convalescentes por causa de acidentes celebrais. A musicoterapia tem uma ampla utilização, desde o atendimento a estudantes com dificuldade de aprendizagem, idosos, a pacientes com doenças crônicas ou dependentes químicos. A musicoterapia atua no ser humano no tratamento de natureza orgânica, psíquica, emocional e cognitiva.

Ffonte: Ascom Seduc