Iranilton tinha 35 anos e morreu no dia 16 de julho — Foto: Divulgação

O laudo pericial que investiga a morte do caminhoneiro Iranilton da Silva Santos, ocorrida durante uma abordagem da Polícia Militar (PM) em um surto psicótico, revelou que ele foi atingido por tiros no ombro, tórax e abdômen. A tragédia ocorreu na tarde de segunda-feira, 15 de julho, no setor Lago Azul IV.

Segundo a Polícia Civil, Iranilton, de 58 anos, ameaçou vizinhos e policiais no momento do surto. A abordagem foi registrada por moradores, e o caso está sendo investigado pelas autoridades.

Detalhes da perícia

O laudo aponta que Iranilton morreu devido a um choque hemorrágico causado por lesões provocadas por projéteis de arma de fogo. Ele também sofreu ferimentos de raspão na perna esquerda, perfurações na perna direita, pulmão direito e intestino.

Em entrevista, o coronel Márcio Antônio Barbosa de Mendonça afirmou que a PM está desenvolvendo um novo curso de qualificação para melhor lidar com ocorrências envolvendo surtos psicóticos.

Vídeos gravados por testemunhas mostram Iranilton, visivelmente alterado e armado com um facão, sendo abordado por seis policiais. Após ignorar a ordem de soltar a arma, ele avançou em direção a um dos militares, resultando nos disparos.

A esposa de Iranilton, Aparecida de Carvalho Vieira Silva, explicou que ele trabalhou como caminhoneiro por 20 anos, mas se tornou dependente de anfetaminas, o que levou a surtos psicóticos. Ele estava em tratamento e havia sido recentemente internado em uma clínica de recuperação.

No dia da morte, Aparecida chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para administrar um medicamento que acalmasse Iranilton, mas o resultado foi trágico. “Eu queria só que eles imobilizassem ele… Se eu soubesse que isso ia acontecer, jamais teria chamado o Samu”, lamentou.

O coronel Robson Rodrigues da Silva, pesquisador da UERJ, viu as imagens e sugeriu que houve uma “falha técnica” na abordagem. Ele destacou a importância do uso gradativo da força e a necessidade de conhecimento técnico para utilizar equipamentos menos letais.

A PM afirmou que Iranilton soltou dois cães da raça pitbull que feriram um dos policiais. Além disso, embora uma arma não letal tenha sido tentada, a rápida e agressiva sequência de eventos impossibilitou seu uso.

Repercussão

Após a repercussão negativa, a PM do Tocantins afirmou que está formulando um novo curso de qualificação para lidar com surtos psicóticos e que segue rigorosos procedimentos de treinamento com diversas ferramentas de menor potencial ofensivo.

Nota PM

“A equipe foi acionada para apoiar o SAMU em uma situação de extremo risco e, ao chegar ao local, encontrou o homem armado com um facão, ameaçando a segurança de todos. Durante a abordagem, o indivíduo soltou dois cães da raça pitbull que atacaram os policiais, ferindo um deles. Em conformidade com o Procedimento Operacional Padrão (POP), um dos policiais tentou utilizar arma não letal, mas a rápida e agressiva sequência de eventos impossibilitou essa ação. O risco iminente à integridade física da equipe e dos presentes obrigou o uso de arma de fogo para neutralizar a ameaça.”

A Polícia Militar reafirma seu compromisso com a lei, a ordem e a segurança, sempre buscando minimizar danos e preservar vidas, agindo dentro dos limites da legalidade e da proporcionalidade.

“A equipe foi acionada para apoiar o SAMU em uma situação de extremo risco e, ao chegar ao local, encontrou o homem armado com um facão, ameaçando a segurança de todos. Durante a abordagem, o indivíduo soltou dois cães da raça pitbull que atacaram os policiais, ferindo um deles. Em conformidade com o Procedimento Operacional Padrão (POP), um dos policiais tentou utilizar arma não letal, mas a rápida e agressiva sequência de eventos impossibilitou essa ação. O risco iminente à integridade física da equipe e dos presentes obrigou o uso de arma de fogo para neutralizar a ameaça.”

A Polícia Militar reafirma seu compromisso com a lei, a ordem e a segurança, sempre buscando minimizar danos e preservar vidas, agindo dentro dos limites da legalidade e da proporcionalidade.