Desembargador Helvécio de Brito Maia Neto, ex-presidente do TJ – Foto – TJTO

O desembargador Helvécio de Brito Maia Neto, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO), foi afastado de seu cargo por decisão do ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A medida foi tomada como parte da operação Máximus, conduzida pela Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de venda de sentenças judiciais. Durante a manhã, Thales André Pereira Maia, filho do desembargador, foi preso preventivamente.

O afastamento de Helvécio Maia inclui a proibição de acessar ou frequentar o TJ-TO e suas dependências, inclusive virtualmente, além de evitar qualquer contato com os outros investigados. Até o momento, o Tribunal de Justiça do Tocantins informou que não recebeu notificação formal sobre o afastamento de nenhum de seus membros, mas garantiu colaboração com as autoridades.

A operação Máximus, que apura crimes de corrupção ativa, exploração de prestígio, lavagem de dinheiro e organização criminosa, resultou também na prisão do advogado Thiago Sulino de Castro, que teria vínculos com o gabinete de uma desembargadora. Além das prisões, foram cumpridos 60 mandados de busca e apreensão em vários estados, incluindo endereços de advogados e gabinetes de juízes no Fórum de Palmas e de desembargadores no TJ-TO. Armas foram apreendidas na residência do desembargador João Rigo Guimarães, ex-presidente do TJ-TO e atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO).

A operação Máximus ocorre apenas dois dias após outra ação da Polícia Federal no Tocantins, que investiga desvios de recursos públicos destinados à distribuição de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. Nessa operação, houve apreensão de dinheiro no Palácio Araguaia e na casa do governador Wanderlei Barbosa, além de investigações envolvendo seus familiares. Todos negaram envolvimento nos supostos crimes.

As investigações continuam, e medidas cautelares foram determinadas, incluindo o sequestro e a indisponibilidade de bens dos envolvidos. A PF explicou que o nome da operação faz referência ao personagem Máximus do filme “Gladiador”, conhecido por sua luta contra a corrupção no Império Romano.