A técnica humanizada de ofuroterapia reduz o estresse e auxilia na recuperação dos bebês, estabilizando a respiração e os batimentos cardíacos dos pequenos pacientes

 

Paciente Júlia Araújo Carneiro durante Ofuroterapia – Divulgação

 

Muitas pessoas precisam enfrentar e vencer obstáculos todos os dias, seja na vida pessoal ou profissional. E para a pequena Júlia Araújo Carneiro, que tem apenas um mês de vida, esses desafios começaram antes mesmo de nascer. Ainda no útero, Júlia sofria com um problema no coração chamado de coarctação da aorta.

 

Após passar por uma cirurgia cardíaca no Hospital Municipal de Araguaína (HMA), a equipe médica da unidade, gerida pelo Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), decidiu utilizar uma técnica especial para ajudar no tratamento e recuperação de Júlia: a ofuroterapia.

 

Essa técnica humanizada é um banho terapêutico dentro de uma pequena banheira com água em uma temperatura entre 36 °C e 37 °C, simulando o ambiente do útero, e que ajuda com o ganho de peso e na qualidade do sono.

 

A Dra. Elena Medrado, pediatra e diretora técnica do HMA, explica que a água, ao envolver o corpo do recém-nascido, promove a sensação de segurança e bem-estar.

 

“Com essa técnica, conseguimos acalmar e minimizar alguma dor que o bebê esteja sentindo, onde a água morna ajuda a equilibrar os batimentos cardíacos e o ritmo da respiração. É como se estivesse dando um ‘abraço aquecido’, deixando o recém-nascido mais forte e estável”, explica a médica.

 

Tratamento aprovado

 

A mãe de Júlia, Márcia Carneiro Araújo, 38, é técnica em Enfermagem e moradora da cidade de Pedro Afonso e conta que a patologia da filha foi descoberta ainda no pré-natal, por meio de um ultrassom. A partir daí, a equipe médica do HMA explicou sobre a condição, como seria o procedimento e a técnica para ajudar na recuperação da bebê.

 

“Quem poderia imaginar que um banho quentinho faria tão bem para minha filha? O tratamento no HMA é maravilhoso, a equipe cuida muito bem da Júlia e de mim. Agradeço de coração a todos que estão trabalhando na recuperação da minha neném e que Deus possa recompensar a todos da equipe”, agradece Márcia.

 

O que é coarctação da aorta

 

A coarctação da aorta é uma condição congênita, presente desde o nascimento, em que há um estreitamento de uma parte da aorta, que é a principal artéria responsável por levar o sangue do coração para o restante do corpo.

 

“No caso da Júlia, além da coarctação, também foi identificada uma hipoplasia do arco da aorta, que é o subdesenvolvimento dessa parte do vaso sanguíneo. Essa condição dificulta o fluxo sanguíneo adequado, o que pode comprometer o fornecimento de oxigênio para o corpo e fazendo o coração trabalhar muito mais do que deveria, sobrecarregando o órgão”, explica a Dra. Elena.

 

A cirurgia para correção dessa anomalia consiste na remoção da parte estreitada da aorta e na reconstrução do arco, garantindo que o sangue possa fluir de forma adequada.

 

“O procedimento é complexo, especialmente em bebês, mas é essencial para que o coração funcione corretamente. A recuperação exige cuidados intensivos e métodos como a ofuroterapia, que realizamos na UTI Pediátrica do hospital, importantes para oferecer um suporte adicional durante todo o processo”, conclui a pediatra.