Um grupo de 26 especialistas em inteligência artificial ligados a 14 instituições diferentes, divididas entre academia, sociedade civil e indústria, produziu um relatório de mais de 100 páginas que trata do uso malicioso da inteligência artificial e quais os riscos que o desenvolvimento dessa tecnologia pode trazer para as pessoas, fazendo previsões, pensando em prevenções e atenuações para os possíveis problemas que poderemos enfrentar em um futuro não tão distante.
O resultado do relatório pode ser um pouco assustador, mas serve também como parâmetro para se agir com cautela
Segundo os especialistas, a evolução da inteligência artificial possui dois lados: cada avanço que é feito para o bem também pode ser explorado para ser usado maneira maliciosa e para o mal das pessoas. Ou seja, quanto mais capacidade uma IA tiver para realizar milhões de decisões complexas em uma fração de tempo, maior pode ser a dor de cabeça causada caso ela for utilizada com más intenções.
Uma lista pode ser feita com os assuntos principais discutidos pelos especialistas no relatório:
Ameaças digitais
- Phishing automatizado ou criação de emails, links e sites falsos para o roubo de informação
- Ataques hackers mais rápidos, pois a IA poderia descobrir vulnerabilidades em velocidade recorde
- Sistemas de IA podem enganar outras plataformas de IA por compreender melhor como elas raciocinam
Ameaças físicas
- Terrorismo automatizado com o controle de drones ou veículos autônomos, que podem ser usados como armas
- Robôs automatizados que tenham um objetivo em comum agindo coletivamente
- Ataques remotos feitos com robôs que podem ser controlados a qualquer distância
Ameaças políticas
- Imagens e vídeos falsos podem ser gerados com facilidade pela IA, criando informações falsas
- Remoção automática de conteúdo que seja dissidente do governo
- Usando informações disponíveis publicamente, pode ser possível criar um tipo de persuasão automatizada de acordo com a opinião das pessoas
O resultado do relatório pode ser um pouco assustador, mas serve também como parâmetro para se agir com cautela no desenvolvimento de sistemas artificiais cada vez mais inteligentes e autônomos. Quem sabe um pouco de cuidado não ajuda que sejam criadas plataformas inteligentes, mas que ainda possuam um controle seguro sobre elas? A reflexão é mais do que válida.
Por Rafael Farinaccio