Idoso de 61 anos, disse em depoimento que pagava mensalidade, mas não apresentou nenhum boleto comprovando o custo. Ele vai responder por exercício ilegal da profissão.

 

Documentos apreendidos pela Polícia Civil em Esperantina — Foto: Divulgação/Polícia Civil

 

O técnico de enfermagem investigado por suspeita de comprar um diploma e se apresentar como enfermeiro em Esperantina, no Bico do Papagaio, alegou em depoimento que fez curso de enfermagem à distância. Ele atuava como enfermeiro em uma unidade de saúde básica da cidade há aproximadamente três anos, de acordo com a Polícia Civil.

As informações são do delegado Jacson Wutke, responsável pelo caso e titular da 12ª Delegacia de Polícia Civil de Augustinópolis. Em entrevista nesta segunda-feira (11), ele explicou que, ao prestar depoimento, o idoso deu informações sobre o curso que, para a polícia, não são verdadeiras, pois não há comprovação com documentos.

Um mandado de busca e apreensão, expedido pela Vara Criminal da Comarca de Augustinópolis, foi cumprido na casa do idoso na sexta-feira (8). Uma denúncia anônima levou à investigação contra o homem, que é concursado como técnico de enfermagem no município.

“Ele teria feito esse curso à distância, pagou tudo no boleto. Foram três anos, só que não tem nenhum boleto, não tem nenhum material, não sabe o nome de nenhum professor, não sabe o site que ele entrava para supostamente fazer. Enfim, ele mentiu”, afirmou o delegado, ressaltando que a data do diploma apreendido pelas equipes é de janeiro de 2017.
A polícia descobriu que ele nunca fez parte da universidade responsável pela emissão do diploma, porém, ainda está sob investigação como o indivíduo adquiriu o diploma falsificado. O documento, inclusive, resultou na sua nomeação para o cargo de secretário municipal de Saúde e Saneamento em 2021.

O delegado também mencionou que o indivíduo é contratado exclusivamente como técnico de enfermagem pelo município desde 1991, exercendo suas funções no mesmo local desde então. A polícia apreendeu um jaleco e um carimbo que continha dados referentes a enfermeiro e técnico de enfermagem.

“O que a gente tem tentado verificar agora é se eventualmente ele tinha algum vínculo com outro município. Com o Estado a gente já verificou que ele não tem vínculo ativo. Mas se ele teria vínculo com algum outro município como enfermeiro”, completou, sobre o futuro das investigações.

Como o idoso não teve nenhuma vantagem financeira que levasse a danos ao erário, a polícia não tem, a princípio, a intenção de pedir na justiça medidas cautelares contra o homem. Mas ele vai responder por falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso e exercício ilegal da profissão.

“Dano tem na questão dele se apresentar como enfermeiro sem deter a qualificação necessária para isso. Querendo ou não, não é à toa que existe um curso de enfermagem, que existe essas graduações de auxiliar e técnico. O que acontece é que esse dano não transborda para o que ele já vai responder. Está mais do que provado, mas a gente não avalia nenhuma medida cautelar por hora”, explicou o delegado.

 

(Fonte: g1 Tocantins)