Senador Eduardo Gomes e ministra Daniela Teixeira

 

As decisões mais significativas proferidas pela ministra Daniela Teixeira em seu primeiro ano de atuação no Superior Tribunal de Justiça estão reunidas no livro Com Razão a Defesa/Com Razão a Acusação, lançado nesta terça-feira (26), no Espaço Cultural STJ.

O senador Eduardo Gomes fez questão de prestigiar o lançamento e parabenizar a ministra pela obra.

Com apresentação do presidente da corte, ministro Herman Benjamin, a obra traz as impressões da ministra sobre seu começo de trabalho na magistratura, após 27 anos atuando como advogada, e uma seleção de decisões que se destacam pela perspectiva plural e pelo olhar feminino diante da Justiça penal brasileira.

“Esta é uma obra que traz o direito penal de ‘a’ a ‘z’, embora a ministra tenha apenas um ano de atividade no STJ. Por um lado, isso demonstra sua capacidade de trabalho. Por outro lado, demonstra que o STJ está afogado em processos”, declarou Herman Benjamin na abertura da cerimônia.

Representando o procurador-geral da República, Paulo Gonet – autor do prefácio da parte do livro dedicado à acusação –, o subprocurador-geral da República Augusto Aras afirmou que a obra é um importante registro sobre o papel imparcial do julgador.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, que assina a apresentação da parte dedicada à defesa, observou que o trabalho é uma reflexão cuidadosa sobre a paridade de armas e o contraditório em todas as instâncias da Justiça.

 

Quantidade de processos é desafio na busca por justiça

 

Em seu discurso, Daniela Teixeira detalhou o trabalho realizado em seu gabinete e na força-tarefa implementada recentemente para conter o crescimento vertiginoso de processos penais na corte. Nas duas frentes, a ministra revelou que julgou cerca de 25 mil processos em seu primeiro ano de atuação no tribunal.
“Estive diante dos horrores de um lado do Brasil que não conhecia: o crime organizado, o estupro de vulnerável, o feminicídio, o homicídio e o latrocínio. A Justiça precisa funcionar para que a gente possa punir essas barbaridades e para que a gente possa tirar do sistema prisional quem, por acaso, estiver lá de forma equivocada”, disse a ministra, que integra a Quinta Turma e a Terceira Seção do STJ.

 

Formato interativo é atrativo para o leitor

 

A obra oferece uma experiência única de leitura, pois ela pode ser iniciada por dois lados diferentes. A primeira parte é dedicada às decisões que favoreceram a defesa, que termina na metade da edição (Com Razão a Defesa). Ao virar a obra, encontra-se a seção com decisões favoráveis à acusação (Com Razão a Acusação). A intenção do formato interativo é justamente propiciar ao leitor a ideia de imparcialidade e dualidade das funções da julgadora.

Estiveram presentes no lançamento ministros do STJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, além de diversas outras autoridades, dirigentes de entidades de classe e convidados.