Equipe da PF vai apurar responsabilidades pela queda da ponte. Relatório do Dnit de cinco anos atrás apontava “vibrações excessivas”

A Polícia Federal (PF) iniciou investigações para apurar as responsabilidades relacionadas à queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada sobre o Rio Tocantins, que conecta os estados de Tocantins (TO) e Maranhão (MA).

A tragédia ocorreu no fim da tarde do último domingo (22/12), quando ao menos oito veículos, incluindo caminhões-tanque carregados com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, caíram no rio. Segundo o Corpo de Bombeiros, quatro mortes foram confirmadas e 13 pessoas seguem desaparecidas.

As diligências preliminares serão conduzidas pelas superintendências regionais da Polícia Federal no Maranhão e no Tocantins. Além disso, um procedimento de investigação precedente foi instaurado e policiais federais já foram deslocados para coletar dados e evidências sobre o caso.

As equipes também irão avaliar a multidisciplinaridade das perícias necessárias e identificar demandas de equipamentos técnicos para aprofundar as investigações.

Ainda nesta terça-feira (24/12), peritos do Instituto Nacional de Criminalística serão deslocados para a Delegacia de Polícia Federal em Imperatriz (MA). A equipe é formada por dois engenheiros civis, dois especialistas em local de crime e um especialista em meio ambiente.

“A Polícia Federal destaca a importância de apurar as causas do acidente e os danos ambientais decorrentes, assegurando a responsabilidade dos envolvidos e contribuindo para a segurança e proteção da população e do meio ambiente”, disse a corporação, em nota.

 

Dnit apontou problemas

 

Como mostrado pelo colunista do Metrópoles Tácio Lorran, a ponte já apresentava “vibrações excessivas” em janeiro de 2020, segundo documento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A estrutura ligava os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).

Além disso, o Dnit viu danos no balanço lateral da ponte e irregularidades na geometria das lâminas – os pilares achatados que sustentavam a estrutura estavam tortos, e era possível ver a olho nu. Também expôs que as armaduras (ferragens) se encontravam expostas e corroídas. Havia fissuras em todos os pilares.

“As condições atuais da OEA [Obra de Arte Especial] merecem atenção, pois verifica-se vibrações excessivas e desgaste visual de suas estruturas e do seu pavimento”, diz o termo de referência, que tem respaldo em um memorial de 2020.

 

(Fonte: Metrópoles)