Em 2024, os crimes digitais apresentaram um aumento de 45% comparado ao ano de 2023. Foram cerca de 5 milhões de fraudes realizadas, dentre elas as que foram aplicadas por meio de telefones celulares. Os dados foram levantados pela ADDP – Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor.
A pesquisa ainda revela que, um em cada quatro brasileiros sofreu alguma tentativa de golpe e, em 50% dos casos, os criminosos tiveram êxito em sua missão.
Veja abaixo alguns dos principais golpes aplicados com o uso do smartphone, categorizados pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Golpe do 0800 ou da falsa URA
Nesse golpe, criminosos enviam mensagens para as pessoas informando sobre uma transação suspeita de valor alto. Eles pedem que o usuário entre em contato com uma central de atendimento fake para esclarecer o ocorrido. No texto enviado aparece um número 0800 para passar mais credibilidade.
Os fraudadores também podem realizar ligações telefônicas usando uma gravação para simular URAs (Unidade de Resposta Audível) das instituições financeiras.
Veja um exemplo de mensagem disparada nesse caso: “Compra aprovada no valor R$ 8.000,00 na loja exemplo.br no dia 14/02/2025. Para confirmar, digite 1. Caso não reconheça, ligue para 0800 000 0000”.
Ao entrar em contato com a central fake, o golpista informa que a transação está em análise, por isso ainda não aparece na fatura do cliente. Enquanto ele finge estar cancelando a operação, tenta persuadir a vítima a informar dados pessoais, como número de conta e senha.
Golpe da tarefa ou golpe da renda extra
Nesse outro golpe, os criminosos usam apps de mensagens para oferecer uma suposta oportunidade para ganhar dinheiro de forma rápida. Para a pessoa conseguir essa quantia, deve realizar determinadas tarefas.
Geralmente, as tarefas solicitadas são simples, como curtir fotos, fazer comentários e seguir contas corporativas e lojistas nas redes sociais. Ao aceitar a proposta, a vítima é incluída em um grupo de mensagens.
As pessoas são enganadas facilmente, pois, no início, o golpista costuma repassar uma pequena quantia pelo serviço, a fim de gerar credibilidade. Mas depois, a vítima precisa pagar para continuar a participar do negócio com a falsa promessa de receber o dinheiro de volta. No fim das contas, o criminoso embolsa o dinheiro e bloqueia a pessoa lesada.
Clonagem do WhatsApp
Os fraudadores enviam mensagens pelo WhatsApp fingindo ser de uma empresa em que a vítima tem cadastro. Eles solicitam o código de segurança que foi enviado por SMS.
Quando o usuário informa o código, os criminosos conseguem acesso à conta do WhatsApp, mas em outro smartphone e enviam mensagens para os contatos da vítima, quase sempre pedindo dinheiro emprestado.
Golpe de engenharia social com WhatsApp
Os bandidos escolhem uma vítima e, com a foto de perfil dela nas redes sociais, criam novas contas. Após isso, começam a enviar mensagens aos contatos da pessoa informando sobre a troca de número por conta de algum problema.
Em seguida, pedem dinheiro emprestado ou enviam algum documento para pagamento, afirmando estar em uma situação de emergência.
Também é comum a publicação de stories demonstrando necessidades financeiras e/ou vendendo itens de casa. Assim, de forma passiva, o criminoso recebe mensagens dos contatos se solidarizando com a falsa situação.
Golpe do Phishing
Os bandidos fingem ser representantes de alguma instituição financeira e utilizam o conhecido phishing, ou pescaria digital, para ter acesso aos dados pessoais e senhas dos usuários.
Na maioria dos casos, o golpe acontece por e-mail, em que o criminoso informa, por escrito, que a conta do cliente apresenta alguma irregularidade.
Esse mesmo crime acontece por meio de aplicativos de mensagens e nas redes sociais. A vítima é induzida a clicar em links maliciosos e páginas fakes da internet, sendo levada a digitar senhas e dados pessoais.
Golpe do acesso remoto
Também conhecido como ‘golpe da mão fantasma’, o criminoso entra em contato se passando por um funcionário do banco. Ele tenta persuadir o cliente e envia um link para instalação de um aplicativo que solucionará um falso problema. Na verdade, o app consiste em um malware que dá acesso ao smartphone da vítima.
‘Desconfie sempre’
Os bandidos entram em contato principalmente via ligações, e-mails, SMS e mensagens em aplicativos como o WhatsApp. O objetivo é enganar o indivíduo para que ele forneça dados pessoais e bancários para o fraudador conseguir realizar transações financeiras fraudulentas.
O cliente deve tomar muito cuidado com ligações recebidas de estranhos, pedidos de dinheiro, mensagens em e-mails, SMS e aplicativos de mensagens, promoções tentadoras com produtos muito abaixo do preço e promessas de ganho fácil. Pare, pense e desconfie sempre, porque pode ser golpe.
José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.
(Fonte: Uol)