Brener Nunes – Gazeta do Cerrado

Atendendo ao pedidos de organizações não-governamentais sociais, ambientais e religiosas, a Justiça deu o prazo de 24 horas para que a Fazenda Maanain seja embargada, assim, suspendendo qualquer atividade agrícola e agropecuária na propriedade independente da citação do proprietário, ex-deputado federal Amarildo Martins. A decisão foi deferida pelo juiz Edimar de Paula, da 5ª Vara Cível.

A Gazeta acompanha o caso desde dezembro do ano passado. Na manhã de desta quinta-feira, 15, nossa equipe estava na Câmara Municipal de Palmas, acompanhando a sessão que discutiu o perigo dos agrotóxicos despejados nas nascentes do Ribeirão de Taquaruçu, que abastece a Capital e seus distritos.

Na decisão, o juiz Edimar de Paula autoriza “o uso da força policial, de forma moderada, para garantir a efetividade da decisão, bem como o seu cumprimento em horário especial”.

Edimar também determinou ainda que seja feito “inventário da situação encontrada no local, com laudo pormenorizado com fotos, de forma que nenhuma atividade ali existente e daqui em diante seja realizada até ulterior decisão deste juízo”.

O advogado dos movimentos, Diego Rodrigues da Silva, conta a gravidade que isso implica para toda a população palmense. “É impossível você recuperar água uma vez degradada. Foi apresentado um estudo feito pela nossa equipe, onde se constata uma série de irregularidades, é um ecossistema muito sensível para suportar a soja. Como um órgão ambiental autoriza plantação de soja numa área tão sensível como essa?”, destaca o advogado.

A irmã Maria Eugênia Ribeiro Silveira, representante da Rede Eclesial Panamazonica (Repam), afirma que devemos lutar contra a degradação que a cultura da soja está causando a esta região. “É necessária a paralisação da utilização de agrotóxicos nessa áreas. É crime contra a natureza é crime contra nós mesmos, um crime contra Deus. Exigimos dos órgãos fiscalizadores que exerçam suas funções”, relata.

(Divulgação)