Dilma diz que não descarta candidatura em 2018

Em entrevista ao jornal ao jornal Francês, Le Monde, nesta terça-feira (6), a ex-presidente Dilma Rousseff disse que não descarta uma candidatura […]

Tocantins
Em entrevista ao jornal ao jornal Francês, Le Monde, nesta terça-feira (6), a ex-presidente Dilma Rousseff disse que não descarta uma candidatura nas eleições de 2018  “Estou pensando”, afirmou.

Dilma afirma que o processo e impeachment foi fraudulento, fruto de “uma guerra política suja e hipócrita”. “Os argumentos que levaram ao meu impeachment são pretextos. O fato de ter sido destituída sem perder meus direitos políticos demonstra que não há lógica nesse processo sem fundamento jurídico”, afirmou.

“Para justificar meu impeachment, eles evocaram outros motivos, como ‘o conjunto da obra’. Isso não é permitido pela Constituição. Não cabe a 81 senadores julgar a minha política, mas ao povo, através de eleições diretas.”

Interromper a Lava Jato

Para Dilma, a motivação por trás do seu impeachment foi “interromper a operação Lava Jato e as investigações de corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois nas campanhas eleitorais”. Ela diz que “nada disso justifica que os golpistas destituam um governo para impedir a hemorragia política ligada às investigações.

“O outro interesse é de implantar uma agenda neoliberal, que não fazia parte do nosso programa. Esse processo de impeachment é uma fraude, uma ruptura democrática que cria um clima de insegurança no seio das instituições políticas e afeta toda a América Latina”, disse a ex-presidente.

Perguntada se a sua política econômica teve impacto na sua baixa popularidade, Dilma disse que a crise mundial atingiu em 2014 os países emergentes, como Brasil, China, Rússia e África do Sul.

“Uma das reações à crise foi fazer uma política de austeridade, não para cortar os programas sociais, mas para preservá-los. O Brasil tinha e tem todos os meios para superar essa crise: grandes reservas e investimentos estrangeiros diretos. Mas há uma sabotagem política visando a criar um ambiente favorável ao impeachment, impedindo o Congresso de adotar medidas importantes”, completou.

Oligarquia brasileira

Para a ex-presidente, “os protagonistas do impeachment são a oligarquia brasileira”. “O grupo dos mais ricos, os meios de comunicação, propriedade de 100 famílias, e dois partidos, o PSDB e o PMDB e, em particular, Eduardo Cunha”, afirmou. Dilma destacou que o PSDB perdeu quatro eleições presidenciais e que não tinha esperança, segundo as pesquisas de opinião, de ganhar a de 2018.

 

Compreensão dos eleitores

A petista afirma compreender que os eleitores tenham ficado decepcionados com todos os partidos políticos, mas reitera que sem a ascensão do PT ao governo, em 2003, a Polícia Federal nunca teria descoberto o sistema de corrupção na Petrobras.

Dilma reafirma sua inocência destacando que foi alvo de comentários machistas que a retratavam como “uma mulher frágil, doente e deprimida”. Ela conclui dizendo que “a resistência deve ser feita pela crítica e o debate político. “Estamos no começo de uma luta e eu sou otimista. A indignação está mais viva hoje no Brasil. O país vai crescer”, estima.

Fonte: MSN


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