Brener Nunes – Especial para a Gazeta do Cerrado

A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira, 21, a Operação Código Reverso, que investiga a ação de um grupo de hackers atuantes no Tocantins, Goiás, São Paulo e Pernambuco. Segundo a PF, as investigações indicam que a quadrilha usa programas para acessar os computadores das vítimas e transações bancárias. Acredita-se que o grupo já tenha desviado cerca de R$ 10 milhões aos bancos só nos últimos nove meses e realizado lavagem de dinheiro usando empresas fantasmas e moedas virtuais, como a bitcoin.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal explicou mais sobre o esquema.

O superintendente da PF, conta que os hackers utilizavam links por meio de mensagens de spam para controlar os computadores da vítimas. “O objetivo é implementar um dispositivo nos computadores do usuários, permitindo o hacker controlar contas bancárias das vítimas”, explica Vieira.

“Os criminosos são pessoas programadores profissionais, sabem exatamente do crime. Eles possuem ligação com criminosos do leste europeu, que são de alto escalão”, disse o chefe da delegacia de repressão a crimes cibernéticos, Luiz Felipe Felipe da Silva.

Luiz também conta que o mecanismo usado é de acesso remoto, se chamado “Rat”. É instalado no computador da vítima, eles acompanham, e quando a vítima acessa a conta, eles tomam controle da máquina e realizam transações bancárias”, esclarece.

“Eles copiam o IP dos usuários, burlando o sistema de segurança dos bancos”, complementa.

Um dos investigados foi preso em Palmas, na quadra 507 sul. Willian Marciel Silva, é suspeito de chefiar uma quadrilha atuante no Brasil com conexões com hackers no leste europeu. A PF não deu o número de mas presos no Estado.

Conforme Silva, na casa dos investigados foram encontrados diversos documentos falsificados, como o de empresas fantasmas. “Os principais alvos de Palmas, foram os que tiveram maior movimentação financeira, provavelmente os chefes”, informa.

Os investigados chamaram a atenção da Polícia devido não terem justificativa para movimentar tamanha quantidade de dinheiro e possuírem bens de luxo, como imóveis e carros.

As vítimas provavelmente devem ser ressarcidas pelos próprios bancos.

Luiz informa que os criminosos devem responder pelos crimes de associação criminosa; falsificação de documentos públicos e de uso de documentos falso e furto qualificado.Além do crime de lavagem de capitais. Somados as penas podem chegar a mais de 30 anos de prisão.

Segundo o delegado, existem medidas  cautelares distribuídas em Palmas, Silvanópolis, São Paulo (SP), Goiânia (GO) Porangatu (GO) e Caruaru (PE).

Mais de 100 agentes federais estão cumprindo 43 mandados nos quatro estados, sendo sete de prisões preventivas, um de prisão temporária, 11 de intimações e 24 de busca e apreensão.