Maria José Cotrim
O presidente do Cais Mauá, Vicente Criscio, virá a Palmas em abril dar satisfação sobre os questionamentos ao investimento no Fundo. A REAG investimento é quem administra o Fundo Cais Mauá e está cobrando uma série de informações do Previpalmas. O presidente deverá dar uma coletiva a imprensa com dados e informações além de visitas institucionais.
A data da transferência foi em 26 de fevereiro de 2018 e desde então estão em curso todas as diligências e verificações jurídicas e regulatórias necessárias. Uma tomada de contas do TCE apura se houve alguma irregularidade.
A REAG tem seis anos de atuação no mercado e conta com 60 fundos ativos sendo mais de R$ 5 bilhões em patrimônio sob gestão, com crescimento superior a 100% nos últimos 12 meses. Ela está na posição 63° das maiores gestoras do Brasil pelo ranking ANBIMA geral.
As obras do projeto começaram neste mês após liberação das licenças. Confira neste vídeo os detalhes do projeto.
Em entrevista coletiva este mês, o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, argumentou que a aplicação que investiu R$ 30 milhões no Fundo Cais Mauá, aberto para revitalizar o cais de mesmo nome em Porto Alegre, gerido pela Reag Investimentos é segura, uma vez que se tem um projeto em andamento que com certeza será de grande sucesso. “O dinheiro do servidor é sagrado, tem que ser bem administrado e essa é uma grande oportunidade para que a gestão de Palmas mostre seu compromisso com a coisa bem feita”, disse.
Entenda o caso
O PreviPalmas, instituto que cuida da aposentadoria dos servidores da Prefeitura, fez um investimento de R$ 30 milhões em um projeto que fica em Porto Alegre (RS) chamado Cais Mauá.
A prefeitura de Palmas avaliou que apesar do projeto ser sólido, a empresa utilizada para fazer a aplicação tem problemas. Se trata do fundo de investimentos Icla Trust, o mesmo que deu um prejuízo de R$ 330 milhões ao Igeprev. A empresa se chamava NSG na época e mudou de nome após o escândalo.
Apesar dos danos, a prefeitura afirma que o dinheiro da previdência dos servidores está seguro e que o PreviPalmas opera com um saldo de R$ 630 milhões. Disse ainda que está tomando as medidas para retomar os R$ 30 milhões investidos.
O projeto
O tão esperado início das obras do Cais Mauá está próximo. A projeção do Consórcio Cais Mauá do Brasil (CMB) é que em um mês seja dada a largada para a restauração dos 11 armazéns do Cais, conforme previsto na primeira fase do projeto de revitalização. A expectativa, no momento, gira em torno da autorização final do Governo do Estado e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), liberando o Consórcio para contratação de empresas participantes. O diretor de Operações da CMB, Sérgio Lima, antecipou que as negociações com as empresas que irão estruturar o canteiro de obras estão bem avançadas. “Como em toda reforma, o ponto inicial é a instalação do canteiro de obras e da rede de energia que deverá, neste caso, ser apropriada para atender a demanda dos serviços que serão realizados”, observou Lima.
O Consórcio estima concluir em 24 meses a restauração dos 11 armazéns. Do A6 mais ao extremo da Usina do Gasômetro até o B3 próximo à rodoviária da Capital, uma variedade de opções será oferecida aos visitantes. De espaços reservados a eventos, operações gastronômicas, comércio (lojas) – com vista para o Guaíba -; a locais destinados às intervenções culturais e de arte popular e lazer; conveniências, serviços e um terminal hidroviário. Para por tudo isso em operação, R$ 70 milhões serão investidos. Outros R$ 49 milhões custearão as contrapartidas feitas pela Prefeitura de Porto Alegre e pelo Estado em decorrência do contrato de arrendamento como compensações ambientais, criação de aproximadamente oito quilômetros de ciclovia e a recuperação de duas passagens de nível (Rua Ramiro Barcelos e largo do Mercado público) para qualificar os acessos por onde circularão visitantes. De acordo com Lima, os recursos para estes investimentos são oriundos de um fundo de investimento criado para esta finalidade.
O complexo, distribuído em 181 mil m², conta ainda com os setores Docas e Gasômetro, respectivamente as fases dois e três do projeto. O primeiro destina-se ao lazer, entretenimento e negócios, além de contemplar o Centro Comercial que ligará o Cais à Orla do Guaíba. No setor Docas serão erguidas torres comerciais, um centro de convenções (antigo Frigorífico) e estacionamento, que darão nova vida ao local, além da Praça Edgar Schneider que será recuperada. Para cada uma das etapas seguintes, novas autorizações serão necessárias.