Lucas Eurilio/Repórter Gazeta do Cerrado

A mãe de Marco Antônio Batista Filho, de 23 anos, morto em um suposto confronto com a Polícia Militar no último dia 10, se emocionou ao falar do filho nesta sexta-feira, 13, após três dia do incidente. Carmem Silva Carneiro que é servidora pública disse que está muito abalada e não consegue acreditar no que aconteceu.

“Não sei nem o que falar, só desejaria que meu filho estivesse de volta. Se ele fazia algo errado, era só prender, levar pra cadeia que ele pagaria por tudo, quem sabe ele até ficaria melhor e pararia de fazer essas coisas”, disse ao Gazeta.

Dona Carmem contou também que Marco Antônio tem um filho de quatro meses que está sentindo muito a falta do pai. “Eles ficavam juntos o tempo todo, o dia inteiro. O bebê não podia ouvir a voz dele que já começava a procurar e sorrir”.

Em tom de desabafo, a servidora pública disse ainda que o filho dela não será nem o primeiro, nem o último.

“Como que houve confronto se os três levaram um tiro no peito, no mesmo lugar. Meu filho estava com marcas de coturno na costela. Infelizmente a sociedade julga, mas a mesma sociedade que aponta o dedo, se esquece que tem filho, que tem sobrinho, primos.”

Questionada se pretende fazer algo, levar o caso adiante para que as investigações sejam apuradas e verificar o que de fato aconteceu na terça-feira, 10, Carmem disse que está sem cabeça e fez um alerta.

“Não consigo mexer com isso. Agora é esperar a Justiça divina porque é algo que não tem como provar. A sociedade acredita na versão dos policiais. Infelizmente esse tipo de atrocidade não aconteceu só com Marco, mas continua e vai continuar acontecendo com muitos jovens. Ele não é o primeiro, nem último”.

O Caso

Três jovens foram mortos pela Polícia Militar nesta terça-feira, 10, enquanto estavam em uma pedreira na região sul de Palmas. De acordo com as informação da PM, uma pessoa teria denunciado que Cairo Wesley Santana Costa, de 20 anos, Marco Antônio Batista Filho e Emerson Batista Santana Costa, ambos com 23, estariam com um carro roubado no local.

Ao chegarem na pedreira, segundo a versão da polícia, eles foram recebidos com tiros e tiveram de revidar o que chamaram de injusta agressão. Os jovens chegaram a ser levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA – SUL) mas não resistiram aos ferimentos e morreram.

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