O candidato a governador da Coligação “A Verdadeira Mudança” na eleição suplementar do dia 3 de junho, Carlos Amastha (PSB), críticou e chamou de trabalho de enganação sistemática promovido por vários políticos do Estado à população nos casos das pontes de Porto Nacional e de Xambioá.

As duas obras foram anunciadas pelas gestões estaduais do Tocantins, por senadores que hoje concorrem a governador e até por presidente e ex-presidente da República, mas jamais saíram do papel.

“O que fizeram com as populações dessas duas cidades e com a população de todo o Tocantins é criminoso. Eles mentem e mentem no intuito de ganhar votos e obter capital político. A ponte de Porto Nacional está quase interditada e a nova obra não tem nenhum tijolo, embora atos de governo e promessas tenham sido feitos várias vezes”, ressaltou Amastha.

Polêmica

Para o candidato, que é ex-prefeito de Palmas, as falsas promessas de obras públicas necessárias são das ações mais condenáveis da velha política. Amastha destacou que aquela ponte é fundamental para o escoamento da produção do Tocantins, sendo uma obra vital da infraestrutura do Estado. “Estive em um debate franco com os produtores rurais em evento da Aprosoja-TO (Associação dos Plantadores de Milho e Soja do Tocantins) na semana passada e falei sobre as mentiras que o senador Vicentinho Alves e o governador cassado Marcelo Miranda contaram sobre essa ponte”, destacou, ao lembrar que ambos chegaram a fazer cerimônia de assinatura de contrato para a construção da ponte.
O candidato destacou que o ato realizado na segunda-feira 23 de outubro de 2017 foi uma das maiores farsas da história do Tocantins. “Marcelo Miranda, Vicentinho, Mauro Carlesse, Dorinha e um monte de políticos montaram um baita de um palanque com dinheiro público para discursar e enganar o povo, dizendo que a obra estava começando. Mentiram na mão grande, na maior cara de pau”, ressaltou o candidato.

Ponte será prioridade

O ex-prefeito de Palmas salientou que na sua gestão, caso ganhe, a ponte será prioridade, mesmo que a obra tenha que ser começada com recursos próprios. “Vamos revisar o projeto, se necessário e vamos fazer a ponte de alguma forma. Não vamos fazer politicagem barata, só anunciaremos quando tivermos coisas concretas”, destacou o candidato.

Ele lamentou que esse assunto da ponte tenha se arrastado por tantos anos. “Na eleição de 2014 se prometia essa ponte e nada. Não levaram a sério a população. Fazem discursos, fazem as pessoas sonharem, mas tudo na base da fumaça, das coisas que não existem”, ressaltou Amastha, ao dizer ainda que o governo do Estado teve “A cara de pau” de divulgar que a construção da nova ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional geraria 500 empregos diretos.

Ponte de Xambioá

Amastha lembrou que o caso é semelhante ao da promessa da construção da ponte de Xambioá, que ligaria a cidade com São Geraldo (PA), acabando com a travessia de balsa que se arrasta no local há várias décadas. Esta obra foi anunciada por parte da bancada tocantinense no Congresso Nacional e lançada pelo presidente Michel Temer (MDB) em cerimônia feita em agosto do ano passado. No entanto, nada ocorreu, nenhuma estaca foi posta e não há previsão da construção da ponte, estimada em pouco mais de R$ 170 milhões. “No momento, a gente vê troca de críticas e acusações do senador Vicentinho e do deputado Gaguim, que diz que o dinheiro reservado sumiu. A grande realidade é que nunca houve esse dinheiro e tudo não passa de mais mentiras por parte deles”, ressaltou Amastha.

O candidato chegou a dizer que a enganação por causa dessa ponte também é histórica e lembrou que, na campanha de 2014, na qual buscava a reeleição, a senadora e agora candidata a governadora Kátia Abreu havia prometido a construção dessa ponte. “Claro que nada aconteceu e agora, quatro anos depois, olha só que coisa: volta a história da ponte de Xambioá. Esse tipo de político joga com a esperteza, com a malandragem”, ressaltou Amastha.
Sobre a obra, Amastha salientou que ele tem um custo elevado, mas entende que para ele sair do papel é fundamental uma união das quatro partes interessadas, com divisão de custos e tarefas. “Proponho um debate sério envolvendo o Governo Federal, o Governo do Tocantins, o Governo do Pará e a iniciativa privada. Com planejamento e seriedade, é possível fazer a obra. Mas para isso tem que deixar a politicagem suja e barata de lado”,ponderou o candidato.