Lucas Eurilio/Repórter Gazeta do Cerrado

Um policial militar que não teve o nome divulgado, foi preso nesta segunda-feira, 18, em Tocantinópolis, região norte do Estado. De acordo com as informações da Polícia Civil, o PM é suspeito de abusar do enteado de cinco anos. Ele foi pego durante a operação Fábula de Duss.

Ainda segundo as informações, o delegado Eduardo César de Menezes Dias Ribeiro, disse que as investigações tiveram início em maio deste ano, quando a criança foi ouvida e testes psicológicos foram realizados. Algumas testemunhas também foram ouvidas.

A mãe da criança que também não teve o nome revelado, teria chamado o Conselho Tutelar porque os avós paternos do menor supostamente não queriam entregar  filho para ela.

A guarda criança é compartilhada e ele passava alguns dias na casa da mãe, como determinado pela Justiça. Mas, ele não queria ir para a casa da dela porque estava com medo de sofrer outros abusos. Ao chegar na casa dos avós, o Conselho Tutelar constatou que o próprio menor estava se recusando a ir pra casa da mãe.

Assim que a voz de prisão foi dada ao policial, ele foi encaminhado para um quartel da PM que fica também em Tocantinópolis. Além da prisão, objetos como celular, notebooks, entre outros foram apreendidos e encaminhados para a perícia, para verificar se há algum material de pornografia infantil.

Como mostrado pela Gazeta do Cerrado, um levantamento feito por nossa equipe, mostrou que em 10 anos, mais de 8 mil casos de abuso sexual foram registrados no Tocantins. Os que mais sofrem com esse tipo de crime são crianças entre 5 e 14 anos.

Para a psicóloga Samira Brito Nogueira, quem é agredido com esse tipo de violência pode sofrer com algumas sequelas pro resto da vida. Além disso, a psicóloga fez um alerta aos pais dizendo que é necessário prestar atenção quando as vítimas começam a mudar o comportamento.

“Depende muito da forma como a criança ou o adolescente que sofreram abusos foram educados, da estrutura de vida de cada um e ainda vínculo existente entre vítima e abusador. É de extrema importância que familiares, responsáveis e comunidade observem o comportamento desses menores e nunca duvidem deles”, disse ao Gazeta.

A psicóloga lembrou também que as pessoas que passaram por esse tipo de trauma, podem desenvolver alguns hábitos que antes não era praticados pelas vítimas.

“ELAS PODEM APRESENTAR ALGUNS SINAIS COMO AGRESSIVIDADE, IRRITABILIDADE, AMADURECIMENTO SEXUAL PRECOCE, BAIXA AUTO-ESTIMA, SENTIMENTOS DE INFERIORIDADE, ISOLAMENTO, ANSIEDADE, DEPRESSÃO OU AINDA TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE”.

Nossa equipe entrou em contato com a Polícia Militar, que disse em nota que o caso segue em segredo de Justiça. Informaram também que a Unidade Policial a qual ele pertence já foi informada, recebeu a notificação judicial e deu cumprimento a ordem, após os procedimentos de praxe.