Lucas Eurilio/Repórter Gazeta do Cerrado

Uma vistoria realizada nesta quinta-feira, 21, na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Paraíso do Tocantins, região central do Estado, constatou uma epidemia de escabiose, popularmente conhecida como sarna. De acordo com as informações do defensor público Arthur Luiz Pádua Marques, através da Defensoria Pública do Estado (DPE), 254 dos presos estão infectados com a doença que é transmissível, o que representa 79,8% da população carcerária do local.

Por conta da superlotação, a defensoria disse que o surto pode se agravar. A população carcerária do presídio atualmente é de 318 detentos mas a capacidade é de apenas 54, ou seja, uma cela que abrigaria 7 pessoas, está com 31.

“Levaram alguns presos para tomar medicação tem uns 15 dias, mas aí colocaram de volta na cela em contato com os outros, e pegaram a zica de novo”, denunciou um dos reeducandos.

Superlotação agrava ainda mais a situação, afirma a DPE – Foto – Loise Maria – Ascom DPE

Além do risco de contágio de todos os detentos, a defensoria está preocupada também com a contaminação da população já que os presos recebem visitas semanais.

Após a vistoria, uma reunião foi convocada para discutir o assunto. Participaram defensores públicos, diretoria da CPP, Secretaria Estadual e Municipal de Saúde, Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Paraíso, assistentes sociais e enfermeiros.

Durante a reunião, foi relatado que uma equipe de enfermagem já havia diagnosticado a doença em uma preso há 15 dias, porém, a defensora Letícia Amorim, tinha alertado sobre os possíveis casos da doença um mês atrás. Uma equipe de assistentes sociais disse também que até crianças que fizeram visitas na unidade prisional pode estar contamindas.

“As providências já deveriam ter sido tomadas há tempos para evitar que o surto se alastre. Todos estão sujeitos à contaminação, sejam os familiares, os agentes prisionais e até a equipe da Defensoria que realiza frequentemente atendimento no local”.

Após a constatação, a DPE recomendou que seja disponibilizado de forma imediata todos os medicamentos necessários para curar a doença independente do número de cartão do SUS ou outros documentos. O prazo para que as providências sejam tomadas é de cinco dias úteis.

A doença é causada por um ácaro chamado Sarcoptes scabei. A sarne humana ou pereba é uma infecção contagiosa e se espalha rapidamente através de qualquer contato físico.