A Cotação, que tem 45 filiais pelo país, começou a oferecer a funcionalidade no início do mês. A Get Money, que tem cinco lojas em São Paulo e no Rio, passou a dar a opção de pagamento a seus clientes há cerca de um mês. Na DG Câmbio, uma rede com seis lojas no Rio de Janeiro, a compra com cartão de crédito foi implantada há cerca de dois meses. A Treviso, que tem 18 lojas pelo país, também passou a oferecer a opção de pagamento recentemente.
Com o uso do meio de pagamento, é possível ganhar fôlego financeiro para arcar com os custos de uma viagem e aproveitar eventuais baixas da moeda, sem que seja necessário desembolsar todo o valor naquele momento. E, o mais importante, pagando um IOF de 1,1% pela operação.
Caso o viajante use o cartão de crédito para compras durante a viagem ao exterior, o valor do imposto sobe para 6,38%. E, além disso, a cotação da moeda será a da data de fechamento da fatura. Ou seja: a chance de ter prejuízo usando essa forma de pagamento, em tempos de alta volatilidade do câmbio, é grande.
É possível também pagar a recarga de moedas no cartão pré-pago com o cartão de crédito. Mas, nesse caso, o IOF é de 6,38%, e se assemelha ao custo de usar o cartão lá fora. Mas, nesse caso, ao menos a taxa de câmbio pode ser fixada.
O Itaú é o único entre os grandes bancos a oferecer uma solução de pagamento semelhante. O serviço de carregamento em dólar, euro ou libra nos cartões de crédito ou múltiplo da instituição financeira permite travar a cotação do dólar e pagar em até 40 dias, sem cobrança de juros, caso a opção seja pela compra no cartão de crédito.
Os valores carregados no banco têm uma comodidade a mais: já ficam armazenados no cartão de crédito e podem ser usados no exterior para pagar compras em estabelecimentos afiliados a bandeira do cartão, além de sites internacionais. Também é possível sacar os valores no exterior, mas, neste caso, será cobrada uma taxa sobre a operação.
O site Meucambio.com.br diz que optou por não oferecer o pagamento no cartão de crédito a clientes por conta do valor restrito da operação e também porque é necessário repassar aos clientes as taxas cobradas pela administradora do cartão. “Em uma compra sem parcelamento há incidência de taxas que podem superar 5,5%, o que faz com que compras no próprio banco do cliente sejam mais atrativas do que esta alternativa”, diz, em nota.
A corretora do banco Daycoval declara que, no momento, não oferece a opção de pagar a compra de moedas em espécie no cartão de crédito. Mas que pretende, futuramente, aceitar esse meio de pagamento. A corretora, contudo, não tem uma previsão de implantação da facilidade.
Compra tem custos adicionais e limitações
Apesar da comodidade e segurança, há custos adicionais e algumas restrições na compra de moedas em espécie no cartão de crédito.
A Cotação diz cobrar de 1% a 2% de taxa para cobrir os custos adicionais da operação. Ou seja, com o IOF de 1,1%. a taxa total cobrada na compra pode ser de mais de 3%. “Mas, ainda assim, a operação fica mais barata do que usar o cartão de crédito durante a viagem”, observa o diretor da corretora, Marcelo Melsohn. Na DG Câmbio, a taxa para cobrir custos com o cartão é de 4%, fora o IOF de 1,1%.
Por questões regulatórias, a opção de pagamento de moedas com cartão de crédito só vale para compras de até 10 mil reais. Ou seja, cerca de 2,5 mil dólares, pela cotação atual. Em todas as corretoras, a funcionalidade está disponível apenas nas lojas físicas. Nenhuma permite parcelar os valores, mas todas dizem que estudam oferecer a facilidade, que depende da criação de normas regulatórias.