Desde o início da atual gestão, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (Seder) de Palmas vem investindo no trabalho extensionista, que tem como público os assentamentos compostos por agricultores familiares, horticultores rurais e as hortas urbanas comunitárias, que compõem o cinturão verde da cidade. Na capital são 20 hortas comunitárias espalhadas de Norte a Sul que geram renda extra aos horticultores, e garantem produto fresco à mesa do consumidor. Além das comunitárias, há também outras 22 hortas comerciais atendidas pela Seder que ajudam a abastecer o mercado palmense.
O produtor Irineu kunz, que veio do Mato Grosso há um ano e três meses à procura de terra para produzir hortaliças. “Lá eu criava gado, mas aqui a intenção era investir em hidroponia. Procuramos a Secretaria e tivemos total respaldo para começar a produção. Com a consultoria, desistimos da hidroponia por ser muito mais caro e apostamos no cultivo de hortaliças e legumes sem uso de defensivos agrícolas”, conta Kunz que, em meio hectare arrendado, tem uma produção variada: alface crespa e americana, couve, rúcula, cebolinha, coentro, salsa, tomate, pepino, jiló, quiabo e pimenta de cheiro.
A horta comercial do Irineu Kunz tem uma estrutura telada que reduz a incidência dos raios solares, transforma em micro gotas a água das chuvas torrenciais, além de proteger contra os insetos, e promove a irrigação por gotejamento. Todos os dias no final da tarde, ele, a esposa e mais um funcionário colhem os produtos da horta, lavam e embalam para no outro dia bem cedinho entregar para os seus clientes fixos: dez restaurantes e um grande supermercado. “As folhosas e o cheiro verde são embaladas no saco plástico próprio e os outros em bandejas. Todos os dias vão uns 60 pés de alface, 12 de rúcula, 40 maços de cheiro verde, 10 kg de quiabo, 10 kg de jiló, e por aí segue. Minha renda mensal gira em torno de R$ 8 mil. Para quem está começando é muito bom”, afirma o produtor.
O técnico extensionista Luiz Santana lembra que a Seder ajuda “desde a fazer o planejamento do empreendimento à assistência técnica quanto a cultivo e manejo e ainda com maquinários fazendo os canteiros. É um trabalho que nos orgulha porque o resultado é certo. São produtos de qualidade que são facilmente absorvidos pelo mercado local.”
Orçamento
Para o prefeito e candidato à reeleição pela coligação “Palmas Bem Cuidada”, Carlos Amastha (PSB), ainda há espaço para a agricultura palmense crescer e mercados a conquistar. “Esta Secretaria tinha um orçamento de R$ 8 milhões por ano e nada era feito, a não ser assistencialismo puro. E eu entendo que a obrigação da Prefeitura é apoiar, treinar e ser indutora do crescimento, e a dos produtores é produzir produto de qualidade que seja viável financeiramente. Lembro que na nossa primeira reunião com produtores, disse se a gente não for produzir, eu pego esses R$ 8 milhões para criar o bolsa campo, o que acho uma ofensa, porque a gente sabe bem quais as potencialidades que o campo pode nos gerar. E é para ajudar os produtores a produzirem e a colocar seus produtos no mercado que nós estamos aqui”, lembra Amastha.
De acordo com o secretário Roberto Sahium, hoje a produção local de hortaliças abastece 100% do mercado palmense. “Houve um aumento quantitativo e qualitativo nas hortículas consideradas folhosas (rúcula, couve, alface, cheiro verde, almeirão, chicória). Hoje a produção local abastece as feiras livres, os grandes mercados e os mercadinhos de bairros e ainda vende o excedente para municípios vizinhos. Atualmente, Palmas produz de 100 a 120 toneladas/ano”, destaca.
Qualidade à mesa
Assegurar ao consumidor palmense produtos de qualidade com boa procedência e manipulação correta é também o objetivo da Prefeitura de Palmas, que certifica estabelecimentos e produtores que atuam com alimentos de origem animal e vegetal processados. Essa certificação é dada por meio do Selo de Inspeção Municipal (SIM). Hoje, 17 estabelecimentos e produtores contam com o SIM na Capital.
O empresário Paulo Filho, que atua no processamento de vegetais, já tem o SIM e confia na parceria da Secretaria de Desenvolvimento Rural para colocar seu produto no mercado local. “As pessoas acham que os produtos produzidos aqui não têm a mesma qualidade que os de fora. A dificuldade não é produzir, mas sim em vender. Se a gente tiver essa cadeia de consumo, o restante para trás acompanha. A produção já está alinhada porque tem um órgão extensionista que nos dá total apoio. Se tiver esse incentivo maior, a coisa anda”, afirma Paulo Filho, se referindo ao projeto que está sendo formatado pela Prefeitura para incentivar as grandes redes de supermercado e os consumidores palmenses a priorizar os produtos produzidos na Capital.
Como funciona o SIM
O SIM é regido pela Lei Municipal nº 803/1999, que trata da inspeção industrial e sanitária, e pela Lei nº 1228/2003, que trata dos produtos artesanais. Dentre os principais produtos acompanhados pelo órgão estão os de origem animal, como embutidos cárneos, queijo, ovos, mel, doces, biscoitos e temperos.
O selo funciona como um atestado de boa procedência. “Nós realizamos o acompanhamento desde a chegada da matéria-prima até a embalagem e conservação do alimento que será comercializado no município de Palmas. Então o selo atesta a procedência e a qualidade, o que torna este produto superior aos clandestinos”, reforça o gerente do SIM na Seder, Wesley Rodrigues Farias, lembrando que o selo permite ao produtor entrar em mercados mais exigentes.
Para obter SIM para seu produto, o interessado deve procurar a Gerência de Inspeção Municipal da Seder e solicitar através de requerimento próprio sua inclusão no sistema responsável pela normatização, liberação, supervisão e fiscalização dos produtos de origem animal e vegetal.
Fonte: Ascom Amastha