A Capital tem sido destaque no que se refere ao tratamento da hanseníase pela ONU e Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). Com o projeto Palmas Livre da Hanseníase foi publicada Portaria Conjunta SEMUS/FESP n°257/2016, em março deste ano, visando à eliminação da Hanseníase por meio do empoderamento dos profissionais do SUS na busca ativa, diagnóstico, tratamento, manejo e reabilitação adequados e em tempo adequado nos Centros de Saúde da Comunidade de Palmas. Por meio de um documentário produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Programa foi apresentado no site das Nações Unidas no Brasil.

De acordo com o secretário municipal de Saúde (Semus), Nésio Fernandes, o Projeto Palmas Livre da Hanseníase faz parte de uma ação estruturante do SUS por meio da educação pelo trabalho.

“Os profissionais desenvolvem atividades educativas com os casos clínicos reais de seus territórios e fazem discussões de caso de forma integrada, incluindo profissionais do Mais Médicos”, explicou.

Dentre os profissionais envolvidos, citados nas publicações, está a médica cubana Jeamile Alvarez Pereira, que atua no Mais Médicos, “Antes, havia mais preconceito sobre a enfermidade. Mas nos casos que diagnosticamos, as pessoas têm aceitado a hanseníase e colaborado com o tratamento. Isso porque elas sabem que é uma doença crônica, mas que tem tratamento e cura”, afirma a médica.

Ainda nas publicações o dermatologista e hansenólogo, Jaison Barreto, que dá suporte ao ‘Palmas Livre da Hanseníase’ fala que a meta do projeto é empoderar o profissional da saúde sobre doença, para que ele perca o medo e o preconceito, e tenha segurança para diagnosticar a enfermidade na atenção primária. “Assim, não é necessário encaminhar o paciente para um especialista, o que afunila o sistema”, ressalta o médico.

Dados

De acordo com o Ministério da Saúde, foram diagnosticados 28 mil novos casos no Brasil em 2015, e Palmas é considerada uma região endêmica. No período 2015/2016 foram 303 novos casos, perfazendo um total de 418 em tratamento, atualmente.

 

Hanseníase

A hanseníase é uma doença crônica infecciosa que afeta principalmente a pele, os nervos periféricos, a mucosa do trato respiratório superior e os olhos. Essa enfermidade tem cura e o tratamento prestado em seu estágio inicial evita deficiências.

 

Para o Secretário Executivo da Saúde, Whisllay Maciel Bastos, “a eliminação da hanseníase como problema de saúde pública é uma tarefa complexa, mas possível. O agente infeccioso é transmitido com muita facilidade, em especial, entre pessoas que convivem com alguém que adoeceu. O longo tempo entre o contato com o bacilo e aparecimento dos sinais ou sintomas da doença exige o empoderamento de um número cada vez maior de profissionais de saúde, educadores, líderes comunitários, entre outros, que sejam capazes de suspeitar, examinar e tratar em tempo oportuno, quebrando o circuito de transmissão da doença”.

 

De acordo com números oficiais de 121 países de cinco regiões da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de novos casos registrados em 2014 foi de 213.899. Em 2013, foram notificados 215.656 novos casos e, em 2012, 232.857. (Com informações da OPAS/OMS)

Fonte: Ascom