A Polícia Civil do Estado do Tocantins, por intermédio da 2ª Delegacia de Polícia de Araguaína, concluiu, nesta segunda-feira (8), as investigações referentes ao desvio de cerca de R$ 75.766,16 (Setenta e cinco mil setecentos e sessenta e seis reais e dezesseis centavos), promovido por funcionárias de uma imobiliária naquele município.

De acordo com o delegado Luis Gonzaga da Silva Neto, Amanda Rodrigues Alves, de 23 anos, e Ana Caroline Alves Lins, também de 23 anos, supostamente induziram os clientes da imobiliária onde trabalhavam a efetuarem pagamentos em dinheiro na própria empresa, sem fazer o devido repasse dos valores à referida pessoa jurídica. O procedimento de praxe era o pagamento através de boletos bancários, não sendo permitido o recebimento de qualquer valor, seja em espécie ou através de cheque, diretamente no estabelecimento.

Ainda segundo a autoridade policial, os clientes compraram diversos lotes financiados pela imobiliária, efetuando inicialmente os pagamentos através de boletos, mas posteriormente passaram a ser orientados pelas supostas autoras a efetuarem pagamentos em dinheiro, emitindo, em contrapartida, recibos fictícios aos referidos clientes.

Outra forma de receber os valores dos clientes deu-se através de diversos depósitos bancários na conta de Gleison Freitas de Sousa, de 36 anos, que, na época dos fatos, era namorado de Amanda Rodrigues. As investigações apontaram que ela, ao lado de Ana Caroline, induziram os clientes a acreditar que Gleison seria um dos sócios da imobiliária, não havendo nenhum problema em realizar os depósitos e transferências, referentes aos pagamentos dos lotes, em sua conta bancária.

Nos autos, há um áudio enviado por Amanda para o advogado da imobiliária, em que pede que o mesmo intermedeie um acordo para que nem ela e nem a Ana Caroline viessem a responder criminalmente. Há, ainda, conversas pelo aplicativo whatsapp, tambem entre o advogado e as duas mulheres, em que estas tentam negociar uma forma de pagamento parcelado para que o caso não chegasse ao conhecimento da Polícia Civil, negociação esta infrutífera.

Conforme o apurado, Amanda e Ana Caroline levavam uma vida acima do padrão financeiro que o salário permitia, pois viajavam e compravam roupas de marcas de preços elevados, tudo sendo ostentado em suas redes sociais.

O delegado concluiu o inquérito policial, sendo Amanda Rodrigues Alves, Ana Caroline Alves Lins e Gleison Freitas de Sousa indiciados pelos crimes de furto duplamente qualificado, estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa, cuja pena dos crimes, se somadas, podem chegar a 21 (vinte e um) anos de prisão. O caso agora foi encaminhado ao Poder Judiciário para as medidas cabíveis.