O corpo do sargento da Polícia Militar, Gustavo Teles, que foi morto por policiais civis na noite desta segunda-feira (22) em Gurupi, está sendo velado no pelotão da Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe). De lá, ele será transferido para Santa Tereza de Goiás, onde a família mora, para ser enterrado.
A Secretaria de Segurança Pública informou que Teles morreu após tentar reagir a uma abordagem dos policiais civis. Ele era suspeito, junto com outro PM, de participar do assassinato de Neuralice Pereira dos Matos, de 22 anos, que ocorreu na mesma noite.
O outro militar envolvido, sargento Edson Vieira, ficou ferido na confusão e continua internado em um hospital particular da cidade. Os peritos afirmam que o tiro que matou Neuralice saiu da arma dele.
O caso começou quando uma equipe de policiais civis que patrulhava a cidade ouviu tiros. Eles teriam visto então os dois homens em uma motocicleta e suspeitado do envolvimento deles, foi quando iniciaram a perseguição.
Durante a fuga, o condutor da moto teria perdido o controle e caído. Nesse momento, os motociclistas foram abordados pelos policiais civis. Um deles teria reagido. Era Gustavo Teles, que foi atingido por um tiro. Já o sargento Vieira ficou ferido na queda da moto e por isso foi levado ao hospital. Ele não foi baleado.
A Polícia Civil informou que apreendeu três armas com os militares. Na casa de Teles, foram apreendidas outras armas curta e longa, munições, entre outros artefatos.
A Polícia Militar informou que vai instaurar um Processo Administrativo para apurar as causas do fato e medidas cabíveis.
Sindicato manda nota
O Sindicato dos Delegados do Estado mandou nota na qual comenta o caso e defende a atuação da Polícia Civil:
Nota do Sindepol/TO sobre a ação da Policia Civil na noite desta segunda-feira, 22, em Gurupi-TO
O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins (Sindepol/TO), vem por meio de nota manifestar apoio a ação dos policiais civis que estavam de plantão em Gurupi-TO, na noite de segunda-feira, 22, que culminou no flagrante de dois Policiais Militares, o Sargento Gustavo Teles e o Sargento Edson Vieira. O Sargento Gustavo reagiu à abordagem, obrigando aos policiais civis uma ação de neutralização, feita por disparo de arma de fogo. O Sargento foi socorrido e levado a uma unidade de saúde, mas não resistiu.
A Polícia Civil da Central de Atendimento local (Flagrantes) foi acionada na noite de segunda-feira após a notícia de um crime de homicídio e outras tentativas de homicídio em Gurupi-TO. Imediatamente iniciou-se a identificação e captura dos autores dos delitos que, conforme relato, teriam sido cometidos por dois indivíduos em uma motocicleta.
Em viatura caracterizada e giroflex ligado, a equipe da polícia civil, chefiada por um Delegado, ouviu disparos de armas de fogo, avistou dois homens em uma motocicleta e iniciou perseguição. O condutor da motocicleta perdeu o controle e caiu. Foi quando os policiais civis os abordaram e Gustavo Teles reagiu, efetuando disparos contra a equipe. Prontamente houve reação necessária e proporcional à injusta agressão.
Em seguida, Edson Vieira identificou a si mesmo e ao colega como policiais militares, confessando participação nos crimes ocorridos durante a noite. Foram apreendidas três armas de fogo e a placa da moto em que estavam tinha procedência duvidosa.
O Policial Militar alvejado foi identificado como Sargento Gustavo Teles, da Companhia Independente de Operações Especiais e o policial militar conduzido à unidade policial civil seria o Sargento Edson Vieira, do Pelotão de Comando e Serviços do 4° Batalhão da Polícia Militar do Estado do Tocantins.
As armas apreendidas em poder dos policiais militares foram submetidas à perícia de confronto balístico, tendo ficado confirmado que um revólver calibre 38 apreendido foi utilizado nos homicídios que estavam sendo alvo de investigação da equipe de plantão da Polícia Civil.
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil foi acionada para instaurar procedimento investigatório, visando a análise da adequação técnica e legal da abordagem policial no caso, procedimento comum a toda ação da policial civil que resulta em morte.
Por fim, ressaltamos que a ação da equipe de plantão da Polícia Civil foi legítima e buscava a identificação e prisão dos autores de crimes contra a vida, o resultado morte de um dos envolvidos foi fato alheio à vontade dos policiais civis e decorrente de ação em legítima defesa de uma equipe que estava no estrito cumprimento de seu dever legal.
Mozart Felix
Presidente do Sindepol/TO