Estudantes da rede estadual de ensino estão se mobilizando para uma grande manifestação na Assembleia Legislativa em frente ao Palácio Araguaia, na terça-feira, 8, a partir das 8 horas. Eles cobram o retorno das aulas, mas dão demonstrações de solidariedade aos professores, que estão em greve há quase 90 dias, na tentativa de receber do estado o pagamento da data-base de 2015.

A mobilização está sendo feita pelas redes sociais. O objetivo é reunir o maior número possível de estudantes para pressionar o governo do estado a pagar o que é devido aos professores, e que estes retomem suas atividades o quanto antes, como explica a Lany Luiza, estudante do primeiro ano do ensino médio do Centro de Ensino Médio Tiradentes, em Palmas.

“Nós estamos indignados com a falta de responsabilidade do governo, por isso estamos do lado dos professores. Estamos do lado deles porque queremos estudar”, explica Lany, acrescentando que está “muito decepcionada” com o governo estadual, já que recebeu “ensino fundamental de qualidade” na rede pública municipal de Palmas.

Esta não será a primeira vez que estudantes da rede pública estadual se manifestam pela volta às aulas. No último dia 25 eles, ao lado de professores e servidores do quadro geral, também em greve, eles lotaram as galerias da Assembleia Legislativa, em busca do apoio dos deputados estaduais na solução do impasse entre o Executivo e os servidores em greve.

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Os protestos, segundo Lany Luiza, vão continuar até que o governo pague a data-base, sobretudo dos professores. “Vamos ficar nos manifestando até o governo dar uma resposta, apesar de que ele já deu, quando disse que não tem dinheiro e que não vai pagar a data-base. Mas ainda assim vamos ficar cobrando, até conseguirmos o que é nosso por direito: a educação”.

Resposta

Questionada pela reportagem sobre a situação dos estudantes, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) informou que existem na rede estadual de ensino várias situações: 68,5% (347) das escolas em atividades normais, 20,4% (104) de escolas parcialmente paradas e 11,6% (59) de escolas com atividades paralisadas.

Devido a estas particularidades, o planejamento e a organização da reposição das aulas na rede estadual de ensino, após a greve, é de autonomia de cada unidade escolar. À Seduc caberia o compromisso e a responsabilidade de acompanhar, apoiar e zelar para que todos os alunos tenham assegurado o direito aos 200 dias letivos e 800 horas de carga horária anual, assim como o conteúdo previsto.