Uma reunião entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), o secretariado dele, empossado nesta semana, e representantes dos servidores do estado, anunciou, na quinta-feira (3), que o salário dos trabalhadores relativo ao mês de dezembro pode ser parcelado em até oito vezes. Segundo a secretária da Fazenda, Cristiane Alckimin, o pagamento integral só deve ser feito se houver ajuda do Governo Federal.

Ela afirma que, para tentar resolver o problema de forma mais rápida, está tentando antecipar uma missão do Governo Federal em Goiás do dia 21 de janeiro para a próxima segunda-feira (7). Segundo a secretária, o pagamento da folha vencida representa R$ 1,6 bilhão, dinheiro que, segundo ela, não existe em caixa.

“Se a gente não tiver ajuda do governo, teremos que parcelar, infelizmente, porque não há dinheiro. No dia 21 é quando a missão viria aqui e eu estou tentando antecipar esta vinda aqui, essa missão, para o dia 7, para a gente entender como a gente pode estruturar o pagamento dos servidores”, disse a secretária.

G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério da Economia, antigo Ministério da Fazenda, às 8h45 desta sexta-feira (4) e aguarda um posicionamento sobre a possível antecipação da visita de uma comissão a Goiás.

A reunião ocorreu na tarde de quinta-feira, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. Presente no encontro, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Goiás (Sintego) e coordenadora do Fórum das Entidades dos Servidores Públicos, Bia de Lima, disse que os trabalhadores estão abertos a negociações, mas que são contra parcelar os proventos.

“Não concordamos com o parcelamento de salário, nem de dezembro e de nenhum outro mês, mas queremos continuar dialogando para construir uma coisa que possa ser possível para o governo e para o servidor, que é a nossa preocupação”, disse Bia de Lima.

Governador Ronaldo Caiado durante reunião com secretariado em Goiás — Foto: Reprodução/TV AnhangueraGovernador Ronaldo Caiado durante reunião com secretariado em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Governador Ronaldo Caiado durante reunião com secretariado em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

‘Situação calamitosa’

Na véspera de tomar posse como governador do estado, Caiado já havia dito que receberia o estado com R$ 11 milhões em caixa e uma dívida de R$ 3,4 bilhões. Ele afirmou que Goiás chegou a “uma situação de total inadimplência” e que não tem mais aval do Tesouro Nacional para contrair empréstimos.

“Recebo o estado com uma dívida total de R$ 3,4 bilhões. Só da folha de pagamento, R$ 1,680 milhão. A cada momento é uma surpresa triste. Em primeira mão, acabo de receber da minha equipe de transição. Só de dívidas junto a união, que o governo de Goiás não saldou, mais R$ 141 milhões e se não pagar Goiás está bloqueado no repasse do Fundo de Participação dos Estados”, salienta.

Já tendo sido eleito outras vezes para os cargos de deputado e senador, Caiado afirmou que o governo será “o maior desafio” de sua vida política e que está ciente de sua responsabilidade perante à atual situação econômica.

“Tenho certeza de que com a experiência que acumulei, com a maneira que eu sempre fiz a política, é lógico que enfrentaremos muitos problemas, entre eles, essa situação calamitosa que se encontra o estado, mas eu garanto que saberei governar com total transparência e ouvindo o povo goiano”, afirma.