“O Brasil é um país que carrega consigo os males de uma herança de mais de 300 anos de escravidão. Ainda hoje, mesmo após a abolição e com inúmeras leis que protegem o negro e criminaliza o racismo, é comum a violência racial. A omissão nos torna tão culpados quanto os agressores, e a educação tem a função de contribuir para uma sociedade mais crítica e consciente”, disse Ana Márcia Martins, diretora da Escola Estadual Santa Rita do Rio Palma, do povoado Bom Jesus da Palma, município de Paranã.

 

No mês da Consciência Negra, a unidade escolar realizou diversas atividades voltadas para a reflexão sobre o tema. Nesta quarta-feira, 23, na culminância das ações, os estudantes realizam, a partir das 7h, apresentações de músicas, capoeira, danças da cultura Afro-Brasileira, desfiles que retratam a beleza negra, além da peça teatral sobre o Preconceito Racial. Durante o evento, que será aberto à comunidade, haverá ainda a apresentação do documentário O Brasil é Afrodescendente.

Em novembro, a escola realizou com os alunos as análises dos filmes Quilombo dos Palmares, Cafundó, apresentação de videoaula sobre as Relações Étnico-Raciais, do professor Dr. Kabengele Munanga, que aborda aspectos gerais sobre o racismo. Os discentes realizaram a interpretação do texto Uma Cultura Não se Extingue, Ela se Reinventa, de autoria do professor de sociologia da unidade escolar, Daniel Luiz Diogo de Melo.

Para César Augusto Silva Xavier, de 15 anos, “é muito bom conhecer a história, compreender o passado, e nos conscientizarmos da nossa afrodescendência e da necessidade de preservar e valorizar a cultura. A escravidão foi um mal, mas houve resistência e precisamos preservar a história como meio de homenagear aqueles que lutaram por nós”, disse o estudante do 8° ano.

Arraias

Já em Arraias, sudeste do Tocantins, com o tema Caminhem Com a Cor as escolas estaduais promoverão no sábado, 26, às 7h30 uma caminhada. De acordo com a diretora Regional de Educação, Leila Maria Florencio, “a ação visa mobilizar para esta causa que é a luta pelo reconhecimento, valorização dos negros, de sua cultura”.

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Durante a caminhada, serão realizadas algumas apresentações. Leila Florencio explicou que o objetivo da atividade em parceria com as escolas municipais é fazer um apelo social pelo fim da discriminação e do racismo. A concentração será na Praça Xanduzinha, às 7h, e contará com a presença de alunos, professores, servidores das unidades escolares, da Diretoria Regional de Educação (DRE) de Arrais, pais e toda comunidade. Na Praça Xanduzinha, a equipe pedagógica da Escola Estadual Silva Dourado cantará a música: “História do Brasil” do compositor Edson Gomes.

No Clube Social Arraiano, os estudantes da Escola Estadual Professor Apoenan de Abreu Teixeira abordarão sobre o texto da Lei 10.639/03, que ressalta a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas unidades de ensino. No terminal rodoviário, onde acontece a terceira parada, o texto, O Negro na Atualidade, será apresentado pela equipe da Escola Estadual Brigadeiro Felipe.  O texto da Escola Estadual Jacy Alves de Barros sobre a Discriminação foi escrito pelo professor de história da unidade, Haroldo Mendes da Silva, e será lido pelo docente Itamar José da Costa na lanchonete Coreto. Na praça da Matriz, está prevista a leitura do texto Objetivo e Histórico da Data, em referência a 20 de novembro, dia da Consciência Negra e de Zumbi dos Palmares.

No encerramento, os estudantes das unidades escolares Joana Batista Cordeiro, Professor Apoenan de Abreu e Silva Dourado apresentarão danças tradicionais da Cultura Afro-Brasileira. Já as escolas Jacy Alves de Barros e Brigadeiro Felipe exibirão paródias sobre o combate ao preconceito.

Fonte: Ascom Seduc