Maria José Cotrim

Esta semana completa um mês desde que o governador Mauro Carlesse (PHS) anunciou medidas de corte na carne na busca por reorganizar o Estado. No início muita polêmica e um choque. Semanas se passaram e o contorno está definido porém a gestão usa a estratégia da cautela para os próximos passos.

Neste início de fevereiro a reforma administrativa deve ser enfim publicada. Os técnicos da gestão apararam as arestas do que foi anunciado dia primeiro e fecharam os detalhes de cargos e demais encaminhamentos.

A meta é cortar 50% dos contratos e 30% dos cargos comissionados, o que garante, segundo o governo o reenquadramento do Tocantins e abre portas para tantas coisas que travam o andamento do Estado.

Foto: Frederick Borges/Governo do Tocantins

Em janeiro o governador Carlesse se manteve no Palácio em audiências e esteve em Brasília na semana passada levando a pauta do Estado para o governo federal. Falou pouco oficialmente mas diariamente monitora as medidas e tudo que está sendo planejado. Não houve muitas aparições públicas além de eventos oficiais mas seu gabinete foi movimentado tanto com empresários, conforme noticiamos, interessados em investir no Estado como também de suas aliados políticos que foram levar as demandas de cidades que representam.

Em toda as secretarias o clima é o mesmo: reorganização!

Foi um mês também de pressões para o governo da parte de alguns setores. A mesa de diálogo foi a estratégia para cada um dos gargalos. Muita coisa ainda aguarda definição e o famoso “paulatinamente” entra em ação. Teve pressão no próprio Palácio de aprovados em concurso que foram quase que diariamente pedir respostas para a nomeação.

A Saúde com certeza marcou este mês! Vieram ajustes e mais ajustes… gerenciamento de crise…reorganizando esta área vital é tão sucateada estruturalmente para o Tocantins.

Sem calamidade

Sete governadores do país decretaram estado de calamidade e o Tocantins não aderiu a essa medida. Mesmo enfrentando muitas dificuldades financeiras, não decretou calamidade financeira e mantém o pagamento dos salários dos servidores, o que não vem acontecendo em muitos lugares do país.

Tocantins foi o único estado que enfrentou um processo de cassação em 2018. Teve uma eleição suplementar. Enfrentou varias vedações. O Estado tem reduzido despesas de folha de pagamento e custeio e Começou o ano cortando na carne para reenquadrar o Estado e recuperar a capacidade de investimento.

O que o Tocantins está fazendo agora, esses estados que são muito mais ricos já deviam ter feito há tempos, (como o Tocantins devia já ter feito), mas só agora teve um Governador com coragem pra fazer, é o que avaliam muitos analistas.

Recuperando a capacidade de investimento, o Estado volta a realizar obras estruturantes necessárias e estratégicas, como a ponte de Porto Nacional e a Transbananal.E isso além de gerar empregos nas obras, gera vagas permanentes depois e Isso faz a economia crescer.

Efeito político

Aliados políticos do governo contam ainda que as exonerações e enxugamento permitiram que a atual gestão controle mais as indicações políticas que é claro não irão deixar de acontecer. Só que agora, deverá ter uma equalização neste panorama.

Geralmente em muitas gestões no Tocantins os deputados precisavam muito do governo para abastecer suas bases e tal mas no atual cenário o Tocantins precisa do trabalho de todos os parlamentares na busca de recursos e obras. A parceria com o governo Bolsonaro também é crucial.

O governo tem repostas importantes para dar à população em varias áreas. Muitas delas esperadas há anos de outras gestões e que caíram no colo de Carlesse e sua equipe! O Tocantins vive o famoso “devagar porque tem pressa”. Vamos aguardar os próximos capítulos das mudanças que já começaram e que devem trazer na prática um respiro para o Tocantins de fato poder ter investimentos como merece!

Lembrei de uma frase que o deputado Estadual José Bonifácio sempre gosta de dizer na Assembleia: “tem que fechar o Tocantins e devolver para Goiás!”. Ele sempre diz isso quando subestima a capacidade do Tocantins se reerguer e usar sua posição estratégica para deixar de ser um estado pobre e tão desigual. Que 2019 seja maior que o pessimismo do deputado em questão com relação ao Estado. O Tocantins tem jeito e se cortar na carne for mesmo a solução, que valha a pena!

A Gazeta acompanha todos os detalhes!