“Não me serve mandato sem honra”, diz Eduardo Siqueira ao se defender da delação de empreiteiro

Rogério Tortola – Gazeta do Cerrado

O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM) usou a tribuna da Assembleia Legislativa durante sessão na tarde desta terça-feira, 5, para se defender de acusações apresentadas pelo empresário Rossine Guimarães. Foi a abertura do ano Legislativo e o deputado fez questão de ressaltar sua história e honra.

Citando sua história política o deputado foi contundente em defender sua honra que segundo ele estaria ferida.

“Minha honra não está a disposição de quem quer que seja”, disse Eduardo Siqueira.

E continuou: “A vida pública foi minha herança e nesta tribuna venho exercer o direito de defesa”, afirmou o deputado.

Eduardo Siqueira ainda disse que o trabalho está nas mãos de quem vai manejar o direito.

E ressaltou por fim: “Sou filho de Deus, bom pai, bom filho e bom colega, talvez não fosse este o primeiro discurso, que eu gostaria de fazer nesta legislatura, mas não me serve mandato sem honra”, disse.

A presidente da Casa Toinho Andrade (PHS), ao término do discurso fez o seguinte comentário. “O tempo é senhor da razão”.

O empreiteiro Rossine Aires Guimarães, dono da Construtora Rio Tocantins, disse que entregou R$ 5 milhões de propina nas mãos do deputado em cinco cheques de um agiota de Araguaína no valor de R$ 1 milhão cada. Rossine disse que teria cópia de todos eles mas advogados apontam uma contradição no depoimento do empresário.

Delação

Rossine narra supostos detalhes do esquema do cartel do asfalto, investigado na Operação Ápia e diz que recebeu R$ 6 milhões por obra que não havia sido executada

A delação foi gravada em 2017 e incluída em vários inquéritos da Operação Ápia, que teve início em 2016. Quando parte da delação foi divulgada, o deputado Eduardo Siqueira Campos disse que não teve acesso ao conteúdo da delação citada e, portanto, não tem como tecer qualquer comentário sobre as afirmações do delator. Ele lembrou ainda que não está sendo denunciado e que jamais se esquivou de prestar qualquer esclarecimento, mas que sem ter acesso às supostas acusações, inviabiliza uma manifestação acerca do caso.