O deputado federal Tiago Dimas (SD-TO) defendeu, em discurso nesta quinta-feira, 14 de janeiro, os produtores de leite do Brasil e do Tocantins, cobrando uma solução para o fortalecimento da classe, dada a concorrência desleal que a derrubada da tarifa de importação antidumping leite em pó da União Europeia e da nova Zelândia vai provocar no país caso não revertida pelo governo federal. “O leite de lá é subsidiado e coloca em risco os milhares de produtores de leite do Brasil, que já vivem as mínguas e com uma produção altamente cara. Eu quero fazer um apelo ao governo federal para que reveja isso. Não é justa essa concorrência. No meu Tocantins são mais de 7 mil produtores que produzem 208 mil litros de leite por dia”, salientou o deputado.

Tiago Dimas lembrou que os produtores tocantinenses enfrentam sérios problemas e preços baixíssimos na sua comercialização, vendendo o litro a valores que ficam abaixo de R$ 1. “O litro de leite é comercializado de 0,80 a R$ 1. É mais barato que comprar uma garrafinha d’água (de 500 ml) em qualquer supermercado e em qualquer mercearia”, destacou.

O parlamentar afirmou, ainda, que a maioria dos produtores de leite precisa trabalhar todos os dias, sem feriado, acordando de madrugada. “Muitos não tem sequer condição de contratar um funcionário. A ministra da Agricultura (Tereza Cristina) e o ministro da Economia (Paulo Guedes) têm que confirmar essa reversão”, ponderou, ao lembrar que a maioria dos produtores de leite são pequenos e possuem nessa atividade a grande parte da renda familiar.

Brumadinho

Também nesta quinta-feira, o deputado Tiago Dimas participou da sessão da Comissão Especial sobre Barragens. O encontro contou com a presença do presidente da Vale, Fabio Schvartsman, autoridades de ambientais do governo federal e do governo do Estado de Minas Gerais, que sedia a cidade de Brumadinho, destroçada pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em 25 de janeiro.

Tiago Dimas questionou os motivos de a quantidade de vistorias terem sido reduzidas de drasticamente em 2017 na comparação com 2016, após significativo aumento em relação a 2015, ano da tragédia em Mariana, também em Minas Gerais. Na sua tresposta, o diretor-geral da ANM (Agência Nacional de Mineração), Victor Hugo Froner Bicca, admitiu que se contratou uma consultoria especializada para reforçar o trabalho, mas isso funcionou só em 2016. Agora, após nova tragédia, nova consultoria deve ser contratada.

Para o deputado, isso não está certo e o correto e o governo estruturar a área via concurso público. Ele destacou que no Tocantins há apenas duas barragens de mineração, mas centenas de hidrelétricas que também têm de serem fiscalizadas pelas autoridades.

“Minha preocupação é que esse aparato fiscalizatório esteja bem servido para evitar qualquer chance de repetição de nova tragédia”, disse o deputado, que pretende seguir participando das demais reuniões da comissão, principalmente para reforçar e lutar pela fiscalização correta e decente de todas as barragens, em especial as do Tocantins. Atualmente, o Estado tem várias e muitas com classificação de risco preocupante.