O jornalista Wesley Silas, dono de um portal de notícias, em Gurupi, sul do Tocantins, procurou a polícia para registrar um boletim de ocorrência e pedir proteção. Em um telefonema, ele teria sido ameaçado pelo presidente da Câmara de Veradores, Wendel Gomides (PDT), depois de publicar um artigo que criticava o parlamentar.
O presidente da Câmara não quis se pronunciar sobre o caso.
Ele registrou boletim de ocorrência pelos crimes de ameaça e injúria. No artigo, o jornalista diz que alguns vereadores estariam propondo a Wendel atrasar a votação de um projeto e em troca, ele continuaria como presidente da Casa. O projeto, que tem causado polêmica na cidade, é de iniciativa popular e propõe a redução no salários dos parlamentares em 75%.
“Ele me ligou, eu atendi. Ele começou a me xingar, dizendo que estaria me procurando dentro da Câmara para acertar as contas”, contou o profissional.
O jornalista procurou a Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público Estadual para pedir proteção física e profissional. Além disso, entregou à polícia uma gravação telefônica na qual o presidente da Câmara faz intimidações.
Presidente da Câmara: Eu não vou aceitar você ficar denegrindo a minha imagem, cara. Eu vou resolver com você, nós resolvemos como homem, cidadão, do jeito que você quiser. Agora eu não vou aceitar você… Com essas palhaçadas sobre mim não rapaz
Jornalista: Rapaz, a opinião de uma pessoa você não aceita?
Presidente da Câmara: Opinião vai para p… Rapaz, você me respeita, vagabundo. Eu queria que você estivesse aqui agora, eu te achado aqui, eu queria.
“Isso é um atentado contra a liberdade do exercício da profissão de jornalista. Eu vejo que pessoas que representam o poder, que representam a própria segurança pública, um vereador que ao mesmo tempo é policial, deveria estar nos amparando e não nos ameaçando”, argumentou o jornalista.
A assessoria de imprensa da Câmara nos informou que a presidência da Casa tem sido vítima de ataques e que ela segue o regimento interno para dar andamento ao projeto que propõe a redução dos salários dos vereadores em 75%.
O sindicato dos jornalistas do Tocantins e a Federação Nacional dos Jornalistas se solidarizaram com Wesley e lembraram que ameaça configura crime. O sindicato acompanha o caso.