De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), cerca de 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e febre chikungunya, estão dentro das residências em locais como caixa d’água, vaso de planta, piscina e até bebedouros de animais.

Com os números alarmantes que o Estado tem registrado neste ano, todo cuidado por parte da população é necessário para reduzir os riscos de proliferação do mosquito. Dados da Saúde mostram aumento de 344,5% dos casos notificados de dengue neste início de ano no Tocantins.

Segundo a SES, 12 municípios estão classificados com alta incidência de casos prováveis de dengue. São eles: Porto Nacional, Oliveira de Fátima, Miracema, Dianópolis, Ipueiras, Palmas, Rio da Conceição, Silvanópolis, Paraíso, Monte do Carmo, Toncantínia e Chapada da Natividade. Outros três municípios aparecem com situação de incidência classificada como média (Formoso do Araguaia, Pugmil e Talismã).

Sobre o Mosquito

Dengue – Foto – Nielcem Fernandes

O Aedes aegypti é menor do que um pernilongo comum, de cor café ou preto, apresenta listras brancas no corpo e nas pernas. O mosquito possui hábitos diurnos, sua picada ocorre nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, é inodora e não causa coceira na pele. Durante o voo, o mosquito não faz o menor ruído para não chamar a atenção.

A fêmea do mosquito pode colocar mais de 100 ovos de cada vez. Seu ciclo apresenta quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. O desenvolvimento dos ovos até o surgimento do mosquito se dá em cerca de apenas 10 dias, podendo esse período ser menor, dependendo das condições do ambiente em que os ovos foram postos. Quem contamina o ser humano é a fêmea do mosquito, que precisa de uma substância do sangue (a albumina) para completar o processo de amadurecimento de seus ovos, enquanto o macho apenas se alimenta de seiva de plantas.

O ciclo de transmissão começa quando a fêmea pica uma pessoa com dengue. O tempo necessário para o vírus se reproduzir no organismo do mosquito é de 8 a 12 dias. Após isso, ele começa a transmitir o vírus causador da doença. Esse mesmo mosquito, ao picar um ser humano sadio, transmite o vírus para o sangue dessa pessoa. Dentro de um tempo, que varia de 3 a 15 dias, a doença começa a se manifestar. A partir daí o ciclo pode se repetir.

Converse com o seu vizinho

Quando se trata de Aedes aegypti o perigo pode estar dentro de casa ou morar ao lado. No combate a este mal, todos precisam estar envolvidos. Numa quadra residencial, por exemplo, basta uma casa descuidada, com recipientes com água parada servindo de criadouro para reprodução do mosquito, para que todos os moradores corram o risco de serem vítimas de doenças como dengue, zika e chikungunya.

A dica é que você converse com o seu vizinho para que todos possam cuidar dos recipientes que acumulem água parada. Caso você verifique caixas d’água destampadas, recipientes com acúmulo de água, terrenos com potencial para tornarem-se criadouros do Aedes aegypti, entre outros casos, procure a Secretaria Municipal de Saúde e solicite que uma equipe faça vistoria no local.

Ações do Governo

A Saúde tem monitorado intensivamente a situação epidemiológica das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no estado. Diante do aumento dos casos notificados, o Governo disponibilizou carros fumacê para da aplicação do inseticida Ultra Baixo Volume (UBV) pesado, conhecido como fumacê, nas regiões com alto índices da circulação viral.

Além disso, a Saúde tem tomado outras iniciativas para conter os casos no Tocantins, são elas:

– atualização dos protocolos junto às equipes das unidades básicas de saúde de diversos municípios tocantinenses;

– envio de alertas sobre o período epidêmico e solicitação da adoção das ações preconizadas no que se refere à vigilância de casos, controle vetorial e mobilização social;

– disponibilização dos dados aos municípios quanto à situação epidemiológica, incluindo casos prováveis, circulação viral, e casos graves; investigação de todos os óbitos suspeitos de arboviroses para identificação das causas, gerando aprendizado e direcionamento das discussões durante as capacitações;

– monitoramento da realização dos ciclos de visitas dos agentes de endemias no combate ao Aedes;

– incentivo à mobilização social pelos municípios com apoio da Sala Estadual de Coordenação e Controle para o Combate ao Aedes (SECC-TO);

– treinamento quanto ao uso do sistema oficial de monitoramento das visitas domiciliares para os 139 municípios;

– e treinamento e distribuição de testes rápidos de dengue, Zika e chikungunya.

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