Maju Cotrim

Os vereadores de Palmas, Milton Neris e Major Negreiros se estranharam em plenário nesta quinta-feira, 28, na Câmara da capital nas discussões sobre a área da Saúde em Palmas. Neris foi na tribuna fazer acusações contra a época da gestão do ex-prefeito Carlos Amastha e o ex-secretário da Saúde, Nésio Fernandes. Ele chegou a dizer que eles deixaram um rombo na área.

Neris disse que os que fizeram coisa errada precisam ser responsabilizados. “De dívidas contraídas em 2017 que o Daniel (secretário) teve que pagar foi R$ 8 milhões que o senhor Nésio gastou sem ter dinheiro. Saiu bonitinho, foi lá para o Espírito Santo dizer que é o bam bam bam mas deixou o rombo de R$ 8 milhões para o Daniel pagar calado. Tá na hora de cobrar essas caras”, disse. Ele provocou ainda: “Tá na hora do Ministério Público enquadrar quem faz as coisas erradas”, disse.

“Se não fosse a prefeita ano passado pegar a contabilidade das dações de pagamento e reconhecer R$ 32 milhões você não teria o reforço orçamentário que você teve”, disse o vereador.

Neris era oposição ferrenha a Amastha mas quando a então vice, Cinthia Ribeiro assumiu a prefeitura em abril do ano passado em razão de renúncia do ex-gestor ele passou para a base da gestão.

Negreiros disse estranhar as declarações de Neris e disse que a gestão é a mesma. Ele afirmou ainda que grande parte dos servidores são os mesmos que atuavam na gestão de Amastha porque são efetivos.”A gestão é uma só.O prefeito Amastha saiu mas a Cinthia era vice-prefeita. O companheiro Rafael é efetivo…a equipe é a mesma”, disse.

Ele afirmou ainda: ” Há dois anos quando o Dr Nésio vinha aqui era só elogios, não estou entendendo porque estão crucificando o Amastha e o Nésio sendo que a gestão é a mesma. Se tinha o erro era de vocês que estavam na Saúde. Porque estava errado e agora está certo?”, disse.

“Tem alguma coisa errada. Não sei se é o companheiro que mudou de lado…eu me mantenho no mesmo lugar. Continuo apoiando a gestão e a população de Palmas. Eu não mudo de lado”, afirmou.

O outro lado

A Gazeta tenta ouvir o ex-secretário Nésio sobre as acusações feitas pelo vereador durante a sessão na Câmara. O espaço está aberto para ele se manifestar.

Secretário na Câmara

A Câmara de Palmas recebeu na quinta-feira, 28, o Secretário Municipal de Saúde, Daniel Borini Zemuner, para uma Audiência Pública que teve como objetivo apresentar a prestação de contas referente ao 3º quadrimestre de 2018, relativos às ações e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade de Palmas.

No 3º quadrimestre de 2018, mais de R$ 83 milhões de reais em receita foram investidos na saúde, recursos maiores do que foi aplicado nos outros dois quadrimestres do ano. “Tivemos a expansão significativa dos nossos recursos. 55% dos custos é fonte do próprio tesouro municipal, o que demostra o esforço da Prefeitura em buscar melhorias”, explicou o secretário.

Conforme o gestor da Pasta, apesar das contribuições advindas de recursos federais, estaduais e outros fins, o Município usa principalmente recursos próprios para manter e custear todos os gastos.

Segundo o relatório, o Fundo Municipal de Saúde, no período de janeiro a dezembro de 2018, recebeu o montante de mais de R$ 218 milhões, orçamento acima do valor estimado para o ano. Deste valor, 52,45% de repasses do município, 42,63% de recursos federais, 4,26% estadual, 0,50% petróleo e 0,16% vindos de convênios.

A promotora de justiça Maria Roseli de Almeida pontuou sobre o abastecimento de medicamentos e insumos básicos. “A população não quer saber sobre os trâmites administrativos, ela quer apenas ser atendida em suas necessidades básicas”, explicou. A promotora falou ainda sobre carga horária dos médicos, “que precisa ser elaborada dentro das necessidades reais do atendimento da população”. Já o defensor público Artur Luiz Pádua Marques defendeu a incorporação de novos medicamentos e tratamentos dentro do SUS.

O vereador Lúcio Campelo (PP) reconheceu a atuação do município no âmbito da saúde, contudo, lembrou que é preciso melhorar, exemplificando com o problema endêmico da dengue. “O município, assim como a população, tem sua parcela de contribuição neste grande problema. As ruas de Palmas estão sujas, e a Prefeitura precisa agir”, conclamou o vereador. Campelo entregou para o Secretário de saúde um documento, contendo diversos questionamentos, tais como a falta de medicamentos, horário de servidores, localização de máquinas da saúde, entre outros assuntos.

Por sua vez, o vereador Claudemir Portugal (PRP) parabenizou a gestão, todavia, pontou acerca do aumento do número de reclamações no atendimento das Unidades de Pronto Atendimento. “A maioria da população não tem condição financeira para buscar um atendimento particular, por isso, aumenta o número da procura pelo atendimento público. Se a demanda aumentou, é preciso buscar soluções”, enfatizou.

Além dos parlamentares da Casa Legislativa, também estiveram presentes na solenidade o Presidente da Comissão de Diretoria de Saúde, Ulisses Nogueira Vasconselos; o  Conselheiro Regional de Medicina, representando o presidente, Marcos Vinícius Camargo; a representante do Conselho Regional de Fonoaudiologia, Renata Coliqueo; a presidente da Fundação Escola de Saúde Pública, Jarciela Margarida Leopoldina; o Secretário Executivo Municipal de Governo e Relações Institucionais, Rodolfo Botelho e o Presidente do Conselho Municipal de Saúde, Antônio Granjeiro Saraiva.