O Tocantins ultrapassou os 22 mil casos confirmados da Covid-19. Segundo o Boletim Epidemiológico Estadual, até domingo, 26/7, o Estado contabilizava 21.767, hoje 27/7 são mais 339 novas confirmações.
Até o momento já foram 350 mortes, vidas tocantinenses que foram perdidas por complicações da doença.
Depois de publicar nos dias 14, 15 e 16/7 uma série de reportagens sobre a situação do Coronavírus no Tocantins, nesta segunda-feira, 27/7, a Gazeta do Cerrado conversou com o Dr Estevam Rivello. Ele é representante do Estado no Conselho Federal de Medicina (CFM) e trabalha na linha de frente contra a Covid-19 no Hospital Regional de Palmas (HGP).
Após 13 dias da Especial CoronaTO, os a curva continua a crescer todo dia. Somente no final de semana foram quase 2 mil novos registros.
Estevam Rivello disse que temos feito mais testes, por outro lado estamos longe do pico de contágio. Ele criticou novamente a reabertura e flexibilização do comércio.
“A gente não está no pico, a gente está testando um pouco mais, mas o aparecimento de casos está intimamente relacionado com a abertura e a flexibilização do comércio. Aumenta a circulação das pessoas, maior contato e isso é maior transmissão. Aquilo que a gente esperava que neste mês pudesse estar caindo, está é aumentando. E o pior de tudo, é aumentando as internações, com as equipes de Saúde já em baixa, não conseguindo inclusive internar doente nos hospitais regionais por falta de profissionais.”
Futuro de incerteza
O conselheiro disse ainda que o aumento de casos associado a baixa de profissionais é algo agravante e preocupante. Dr Estevam vê um futuro de incertezas por conta das medidas.
“Temos baixa de profissionais que estão doentes, então isso é um agravante, isso é preocupante e que me dá um pouco mais de incerteza pra poder orientar a população da melhor forma, porque aquilo que a gente espera de redução de casos, através de redução de políticas, orientação de políticas que mostrem à população o que é melhor, está sendo ao contrário, a gente está permitindo a flexibilização, aumentando o número de casos com baixo quantitativo de leitos pra atendimento desse doente, a impossibilidade da criação de mais leitos, porque os nossos ambientes todos têm espaço físico já pré-determinado, não foi observado pela gestão ao longo desse tempo a necessidade da implantação de leitos adicionais pra poder aumentar a retaguarda, isso vai só aumentando a preocupação dos profissionais de Saúde” finalizou.
A critica aos decretos que flexibilizam o comércio, em Palmas principalmente, onde os estabelecimentos devem estar fechados das 20h às 5h da manhã não impossibilitou o aumento de casos nos últimos dias.
Nossa equipe tem cobrado da Secretaria Municipal de Palmas (Semus) desde o dia 14/7 uma resposta sobre tais questionamentos do decreto e sobre os técnicos que compõe o COE:
Quem são os técnicos que integram o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE)?
Quantos são eles?
Quais são suas áreas de atuação?
Quantos profissionais da saúde compõem o Comitê?
Qual foi o critério de seleção do corpo técnico?
Porque esse horário para fechamento? 20h às 5h.
Analisando a curva da Covid em Palmas e a pesquisa divulgada pela própria Prefeitura onde diz que, somente na Capital podem haver 13 mil assintomáticos, porque não pensar em lockdown?
Qual o dado foi utilizado para a escolha do horário de fechamento?
Alguém já foi multado
Está havendo fiscalização sobre o uso de máscaras?
Como está sendo a fiscalização nas praias?
Hoje 27/7 a Gazeta cobrou novamente. A Assessoria do órgão limitou-se a dizer que “as respostas estão nas publicações diárias (Boletim Epidemiológico de Palmas) e também nos documentos disponíveis no portal da Prefeitura e no site Plantão Coronavírus” e disponibilizou dois links para que a população possa acompanhar a situação.
Veja abaixo os link
https://coronavirus.palmas.to.gov.br/
https://www.palmas.to.gov.br/
Confira todas as reportagens do Especial CoronaTO
Matéria 1
Especial CoronaTO: Políticas desajustadas, limitação de profissionais: os alertas sobre a Covid
Matéria 2
Especial CoronaTO: Especialista critica falta de inquérito epidemiológico e “achismos” para medidas