Por Antônio Neves – Especial para a Gazeta do Cerrado

O agronegócio contribui com 35% do Produto Interno Bruto (PIB) de Palmas, enquanto a indústria representa apenas 8%.

Só a produção de grãos gera aos cofres do município anualmente mais de R$ 70 milhões em arrecadação

Quando se fala em agronegócio, o campo é a primeira coisa que vem ao imaginário, com fazendas, animais e agricultura. Isso não está errado! Mas o agronegócio é muito mais. Ele é difusor de cultura, seja ela de conhecimento (estudo), indivíduos (grupo, povo, raça), costumes (comportamentos, hábitos) ou civilização (desenvolvimento, progresso). Sinônimos é o que não falta para esse setor que trabalha em silêncio.

Por outro lado, quando o assunto é a capital de um Estado, o que vem ao pensamento é o centro administrativo, composto pela sede do Governo, Assembleia Legislativa e Poder Judiciário – locais de tomadas de decisões sobre os destinos da população. Mas não se pode ignorar o sujeito, que independente de ser um pequeno ou grande empresário; um produtor ou assalariado, também é determinante na geração de recursos que move tudo isso, através do seu trabalho e pagamento de impostos sobre a venda do que é produzido.

O atual cenário tocantinense aponta que o fenômeno agro é responsável pelo desenvolvimento da maior parte das cidades interiorana do Estado. A cadeia produtiva do agronegócio é a engrenagem que gera emprego e renda a milhares de famílias.

Palmas “tech”

Apesar do agro ser arremetido ao interior, Palmas tem seu destaque no setor. Quem chega à cidade pelo ar ou por vias terrestres, se depara com o verde de grandes lavouras, emoldurando seus contornos. As culturas são alternadas entre a soja e o milho. São milhares de hectares (ha), que atualmente encontram-se no período de cultivo do milho – segunda safra ou safrinha -. O distrito de Buritirana, a 40 km do centro da Capital concentra os maiores produtores de grãos.

Dados da Secretaria de Desenvolvimento Rural de Palmas (SEDER), apontam que a área plantada dentro no município ultrapassou 21 mil hectares, sendo 5.388 de milho e 15.630 de soja. Na última safra foram produzidas 65.227 mil toneladas de grãos, o rendeu ao município mais R$ 70 milhões em arrecadação.

Para o titular da SEDER, Major Negreiros, “a produtividade de grãos em Palmas está dentro da média em relação às regiões tradicionais, sendo assim o rendimento médio é de cerca de 2.507 quilos de milho por hectare, enquanto que a soja rende ao produtor, 3.309 quilos na mesma área plantada”, pontuou.

Major Negreiros, Secretário de Desenvolvimento Rural de Palmas (SEDER)

Importância do agronegócio

A atividade agropecuária em Palmas tem importante papel, seja na agricultura familiar, que produz boa parte das olerícolas, (folhas, frutos, raízes, tubérculos, rizomas, caules, flores comestíveis e verduras), comercializadas nos mercados e feiras locais, ou ainda, com o agronegócio, desenvolvido nas grandes propriedades localizadas no distrito de Buritirana.

O desenvolvimento rural movimenta o comércio local, permite a expansão do setor de serviços ligados à área e viabiliza investimentos da Gestão Pública. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no censo agropecuário de 2006, a área cultivada com culturas temporárias em Palmas, era de 4.668 hectares. Já no censo de 2017, esse número saltou para 13.598 ha, apresentando um crescimento de 291,3%, o que indica franca expansão nas áreas de cultivos e, consequentemente, aumento da produção.


Parcerias

O secretário de Desenvolvimento Rural destacou as ações pontuais, da Gestão Municipal, que estimulam os produtores. “A Prefeitura de Palmas, por intermédio da SEDER, atende os produtores da região com a manutenção das estradas rurais, o que facilita o escoamento da produção, diminui os gastos dos produtores com manutenção de veículos utilizados para transporte da safra. Além disso, providenciamos a construção de novos acessos às fazendas e áreas produtivas”, destacou Negreiros.

Ainda como parte do estímulos aos produtores, a SEDER realizou nos últimos anos, alguns ‘Dias de Campo’ na região de Buritirana, tendo como parceiros os produtores de grãos que utilizam o período entre as safras, para criar gado de corte. “Nesses eventos foram apresentados resultados obtidos com a utilização do sistema de integração entre lavoura e pecuária e as práticas de conservação de solo e água. As atividades foram estendidas a produtores da agricultura familiar”, concluiu o secretário.