Brener Nunes – Gazeta do Cerrado

A alta de preços dos combustíveis no Brasil e a falta de reajuste de tarifas estão levando os motoristas por aplicativo a desistirem da profissão. Segundo o representantes da classe no Tocantins, Neilton Saraiva, não há aumento da remuneração há mais de quatro anos.

Conforme Neilton, o aplicativo da Uber, que atua em Palmas, Araguaína e Porto Nacional, tinha cerca de 3,5 mil motoristas antes da pandemia e o número caiu mais de 14,2%. A gasolina em Palmas está em média de R$ 6,20 o litro. No Tocantins, há postos de combustíveis que ultrapassam R$ 7 o litro, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O motorista afirma que a classe vive um dos piores momentos. “Nenhum aplicativo acompanha os preços do combustível. As tarifas de remuneração são as mesmas de quatro anos atrás. Com a pandemia, o número de viagens caiu cerca de 70%”, esclareceu.

Outro destaque, é que não apenas a gasolina e outros combustíveis tiveram o aumento de preço, mas a manutenção do veículo, pneus e troca de óleo.

Neilton conta que muitos trabalhavam com carros alugados e abandonaram o serviço, pois o aluguel também aumentou. “Quem também tinha seu carro financiado vendeu o veículo e abandonou o aplicativo”, esclareceu.

O representante ainda enfatizou que, além da alta d gasolina, os motoristas estão trabalhando mais que antes. “Anteriormente, nós levávamos oito horas para para fazer um número X viagens. Hoje, demoramos até 13 horas para fazer o mesmo número. Sem falar que o lucro caiu muito”, disse Neilton à Gazeta.

O que diz a Uber

Em nota, a Uber declarou que o valor dos combustíveis “foge do controle” da empresa e explicou que trabalha para ajudar os motoristas na redução dos gastos fixos. O app afirma que oferece medidas de auxílio aos condutores, como desconto de 4% no preço do combustível abastecido na rede de postos Ipiranga.

Com informações do TecMundo