Sabia que sua casa é um lugar que acumula bastante lixo? Em média, cada pessoa produz 1 kg de lixo por dia. Para se ter uma ideia, 60% desse material é possível reciclar, 20% a 30% são orgânicos e apenas 10% é inservível – sem chance de reciclagem. 

Recentemente, a humanidade passou a viver em crédito por ter consumido todos os recursos naturais, isso foi revelado em um cálculo da ONG Global Footprint Network. De acordo com a apuração, neste ano, estabelecemos um novo recorde negativo, pois já foram utilizados mais recursos de terra e mar do que o Planeta pode regenerar em um período de 12 meses.

De acordo com Caio Queiroz, sócio fundador da Mídia Sustentável, pioneiro no ramo de coleta seletiva, e que atua há mais de 20 anos no mercado socioambiental, é preciso começar a cuidar do planeta dentro de casa. “A humanidade utiliza atualmente os recursos ecológicos mais rápido do que a capacidade de regeneração dos ecossistemas, em menos de seis meses já consumimos o que deveria ter sido utilizado durante todo o ano. Por isso, é preciso reciclar, para aumentar a vida útil dos aterros sanitários, reduzir o alto custo de impostos pagos para as concessionárias, além de evitar que matérias-primas cheguem para um aterro. Reciclar gera um mercado novo, gera emprego”, orienta Caio.

Listei abaixo as três dicas de ouro do ambientalista para ter uma casa mais sustentável: 

1. Abuse do consumo consciente
Compre apenas o que você vai consumir, seja no mercado, na feira, farmácia ou em qualquer tipo de estabelecimento. Isso porque devemos evitar desperdícios de alimentos, embalagens e até objetos. “Muita gente compra alimentos em grande quantidade, não consomem todos os ingredientes e eles acabam estragando, além disso, muito desses alimentos estão em embalagens de plástico que devem ser reutilizadas ou higienizadas para a reciclagem”, alerta Caio.

2. Os três “R” da sustentabilidade
O próximo passo é saber reduzir, reutilizar e reciclar o que você trouxe para casa. O pote de requeijão, por exemplo, pode ser utilizado como uma louça ou um porta alfinete/parafuso. Caio também orienta sobre a questão da importância da reciclagem. “Com essa atitude, estamos pegando a matéria-prima e reintroduzindo no mercado. As pessoas estão acostumadas com a economia linear, em que compramos o material, consumimos, jogamos a embalagem no lixo, e o objeto vai direto para os lixões, sendo que ainda pode ser reutilizado. Já a reciclagem, proporciona uma economia circular, que é justamente reutilizar os objetos que não precisam ser jogados fora, sem prejudicar o meio ambiente”, revela o especialista.

Essa atitude também ajuda a não faltar matéria-prima no mercado, evita a poluição, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, gera uma renda para as pessoas que trabalham em cooperativa, sem deixar de lado a questão social.

3. Faça a coleta seletiva     
Caio indica começar com três lixeiras: uma para materiais recicláveis como plástico, embalagens entre outros; outra para os chamados inservíveis, resíduos que não são recicláveis e nem orgânicos, como o lixo de banheiro; e uma terceira para compostagem, em que é possível descartar os restos de comida. “Atualmente no mercado já existem composteiras elétricas, com o processo rápido, que fazem todo o tratamento em 24 horas, mas também existe a opção de compositeiras caseiras, como o minhocário, que apresenta um processo um pouco mais demorado, mas também leva ao mesmo resultado”, orienta o empresário. A compostagem é um processo natural que transforma resíduos orgânicos em adubo.

Para ajudar nessa tarefa, utilize o app Cataki, que conecta catadores com quem deseja jogar a reciclagem fora. “Funciona da seguinte maneira: os catadores se cadastram e quando você tiver um número de reciclados na sua casa, você chama a pessoa mais próxima a você. Outra dica para quem gosta do assunto sustentabilidade é ficar atento às notícias divulgadas pelo Instituto Ethos”, finaliza Caio. 

fonte: Revista Casa e Jardim