A operação Canguçu, que busca capturar criminosos que aterrorizaram a cidade de Confresa (MT), tem gerado impactos na vida dos moradores da zona rural do Tocantins. Em Pium, uma equipe de saúde precisou ser escoltada pela polícia na manhã desta quinta-feira, 20, para socorrer um paciente em estado grave com suspeita de chikungunya.

A caçada aos suspeitos ocorre nas regiões oeste e sudoeste do estado, nas zonas rurais dos municípios de Pium, Marianópolis, Araguacema e também na Ilha do Bananal. Cerca de 350 policiais de cinco estados estão empenhados na operação. Até o momento, seis suspeitos morreram em confrontos e outro foi preso.

O bloqueio estabelecido pela Polícia Militar em um raio de 50 km ao redor de Paraíso do Tocantins tem afetado a passagem de veículos nas áreas de conflito, que está sendo feita apenas após vistorias e com escolta da polícia. Isso tem causado a paralisação de fazendas, prejudicando a produção agrícola da região e gerando tensão entre os trabalhadores rurais. A base de comando da operação foi montada na Agropecuária Jan, onde o funcionário Joacir Gomes relatou que “ver a fazenda paralisada esse tanto de tempo é muito ruim”.

Além disso, o pequeno comércio também tem sido afetado pelo bloqueio. O morador Bráz Rodrigues Moreira, de 72 anos, que tem uma loja no povoado Café da Roça, na zona rural de Pium, afirmou que “a gente tem o comércio e não vende nada. A gente tem a chacrinha e precisa ir lá trabalhar e não tem jeito de ir. O povo anda com medo. Está tudo parado. A gente se sente muito oprimido de ficar aqui sem poder sair”.

A operação também tem impactado os serviços públicos. As prefeituras de Marianópolis do Tocantins e Araguacema, por exemplo, tiveram que suspender aulas e atendimentos médicos na zona rural para evitar riscos aos profissionais e à população. O clima de tensão tem gerado medo entre os moradores da região, que se sentem limitados em suas atividades diárias.