Produtor de peixe – Foto – Wilson Rodrigues
O potencial competitivo das cooperativas agrícolas, no que tange à produção de peixe e alevinos, foi demonstrado durante o painel Integrar para Crescer, realizado na manhã desta quinta-feira, 17, na Feira Agrotecnológica do Tocantins – Agrotins 2021 100% Digital. A conversa contou com a presença do presidente executivo da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe/BR), Francisco Chagas; do gerente de Integrações Peixes da Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), Nestor Braun; e do gerente de Negócios Pecuários na Cooperativa Frísia Agroindustrial, Ricardo Cogo. O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Jaime Café, mediou o painel.
O painel explorou a estrutura e o modelo da Copacol, cooperativa referência na produção verticalizada de peixe, frango, porco, gado, além de grãos para ração. Instalada em Cafelândia, interior do Paraná, a cooperativa conta, atualmente, com 6.200 associados que faturaram R$ 4,7 bilhões em 2020. Na produção de peixe, são 206 cooperados que produzem matrizes em 606 hectares de lâmina d’água.
Somente no último ano, foram abatidas 42 milhões de cabeças de tilápia, e a cooperativa pretende ultrapassar essa marca. “Queremos chegar a 56 milhões de cabeças abatidas e, para isso, temos alguns desafios para ultrapassar, como a automação da nossa produção e conseguir romper com a sazonalidade no consumo de peixe pelo brasileiro, que ainda fica muito restrito ao período da quaresma”, explicou o gerente de negócios da Copacol, Nestor Braun.
Oportunidades e incentivos
Dados do Anuário da Peixe BR apontam que o Tocantins teve um crescimento de 11% na produção local. Em 2019, o Estado havia produzido cerca de 13,3 toneladas de peixe, já em 2020, a marca foi de 14,8 mil toneladas.
O secretário Jaime Café atribui o crescimento do segmento ao trabalho do produtor tocantinense, apoiado pelos incentivos promovidos pelo Governo do Tocantins. “Com certeza, o produtor de peixe tem enxergado no Tocantins as oportunidades necessárias para instalar suas matrizes. Desenvolvemos, nos últimos anos, políticas públicas voltadas à piscicultura, podemos citar o programa Tilápia – Vida na Água, com linhas de crédito específicas, temos também a Lei n° 3.516, que concede isenção do ICMS para a produção e a comercialização do pescado até 2024, além do melhoramento das nossas estradas, pensando no transporte dessa produção. Então o sucesso da cadeia se deve a um trabalho conjunto e por isso, nós também comemoramos”, frisou.
Cooperativismo
O representante da Cooperativa Frísia, Ricardo Cogo, que já tem uma unidade em Paraíso do Tocantins, informou que em breve iniciarão as atividades de uma unidade da cooperativa na cidade de Dois Irmãos. “O Tocantins é um Estado maravilhoso e demonstra ter uma boa capacidade para o desenvolvimento do agronegócio de maneira geral, o trabalho desenvolvido em Paraíso está sendo muito satisfatório e por isso resolvemos abrir outra unidade no Estado”, contou.
A integração de pequenos produtores, por meio do modelo cooperativo, é vista pelo presidente da Peixe BR, Francisco Chagas, como um potencial a ser explorado. “A empresa brasileira mais eficiente na produção de peixe que temos, atualmente, é feita de pequenos produtores, se fôssemos colocar em um ranking, seria a oitava empresa com maior produção de peixe, então não precisamos reinventar novos negócios, precisamos apenas trabalhar de maneira organizada e verticalizada, porque potencial o pequeno produtor tem”, finalizou.