Fonte de sobrevivência para centenas de cidades brasileiras, a pecuária tem sido atingida em cheio pelos resultados da operação da Polícia Federal (PF). Nos últimos dias, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) tem sido contatada por prefeitos, especialmente da região Sul, que relataram o fechamento de frigoríficos.

Recentemente, o Brasil ficou em choque com os desdobramentos da operação Carne Fraca. A missão revelou um escândalo na “camuflagem” de carnes estragadas, impróprias para o consumo, mas que ainda assim, estavam sendo comercializadas.

Em Colombo, no Paraná, frigoríficos investigados pela PF foram interditados e estão proibidos de comercializar seus produtos por tempo indeterminado. Como consequência, aproximadamente 280 funcionários devem ser demitidos nos próximos dias.

Outros impactos
Porém, os efeitos recaem negativamente também sobre os frigoríficos que não são objeto da investigação da Polícia Federal. A repercussão dos fatos na mídia vem causando o fechamento dos mercados internacionais. O Município de Cruzeiro do Oeste (PR), vivencia uma redução nos abates, tendo em vista a falta de definição do mercado consumidor. Existe ainda uma retenção de carregamentos no Chile.

Outras grandes empresas, que não foram investigadas na operação e exportam para a China, maior importador brasileiro, estão com seus contêineres retidos no porto de Guangzhou. Além disso, outros 277 estão a caminho do país. No Município de Xaxim (SC), um frigorífico cuja produção é destinada ao mercado chinês está com a produção ameaçada.

Orientações aos Municípios
A CNM alerta os gestores sobre os impactos da operação Carne Fraca nas cadeias produtivas locais. A entidade orienta que busquem mercados alternativos visando reduzir os impactos à economia municipal.