A Secretaria Estadual da Educação – Seduc estuda a possibilidade de fazer um concurso para contratação de professores. A secretária  da pasta, Wanessa Sechim recebeu a equipe da Gazeta do Cerrado em seu gabinete esta semana e em entrevista falou sobre as perspectivas para a área este ano no Tocantins.
Atualmente cerca de 30% do quadro de servidores precisa de contratos temporários. A necessidade porém esbarra nas condições financeiras delicadas do Estado e principalmente nos índices da Lei de Responsabilidade Fiscal  com relação aos gastos com pessoal.
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 “Estamos estudando as possibilidades e necessidades”, frisou sobre a realização de um futuro certame para suprir o quadro. Ela afirmou que ainda analisa a necessidade do para saber quantos contratos de professores terá este ano. “Em março temos condições de ter um um número exato ( de contratos) para 2017”, estimou.
Outro assunto abordado foi sobre as mudanças curriculares que entram em vigor este ano nas escolas estaduais. “Criamos uma plataforma onde todas as novas orientações estão disponíveis lá e os técnicos das diretorias regionais e das escolas estão sendo capacitados pela equipe da secretaria de educação”, disse.
Questionada sobre a Reforma do ensino médio, em análise ainda em âmbito federal, ela informou que este debate só pode vir para o Estado quando houver aprovação.
Obras
A Gazeta do Cerrado questionou também sobre a previsão de conclusão e entrega de obras para este ano. Segundo a secretária, o governador Marcelo Miranda deve retomar as obras de escolas que estão paralisadas. ” A vontade do nosso governador é olhar todas as obras que estão paralisadas e já temos um planejamento para retomada de obras e convênios. Vai depender muito da nossa arrecadação para ir finalizando”, frisou. Segundo ela, já há um planejamento de retomada das obras e garantiu que essa é uma das prioridades do governador.
São 515 escolas estaduais atualmente com 13 diretorias regionais de ensino. Ano passado 60% das escolas funcionaram normalmente ano passado mesmo com a greve que teve adesão variada em em todo o Estado. As aulas nas escolas da Rede Estadual de Ensino do Tocantins começaram na última segunda-feira, 23, em 362 unidades. Nas outras 153, está acontecendo a reposição das aulas referentes ao período letivo do ano passado, por causa da greve dos profissionais da Educação.
Piso
O piso salarial dos professores em 2017 terá um reajuste de 7,64%. Com isso, o menor salário a ser pago a professores da educação básica da rede pública deve passar dos atuais R$ 2.135,64 para 2.298,80. “Não é ainda o salário ideal mas é um salário significativo diante de todos os outros estados da federação”, disse.
Confira a íntegra da entrevista da secretária para a TVGazeta em vídeo:
Mudanças
A nova estrutura curricular prevê a redução do tempo de aula de 60 para 50 minutos em todas as séries, o que possibilitará o aumento do número de aulas semanais para 25.
Confira as principais mudanças segundo a Seduc:

Ensino fundamental

Para os anos iniciais do ensino fundamental haverá o aumento da carga horária das disciplinas de português e matemática, além da inserção das disciplinas de redação e língua inglesa, bem como o aprofundamento da leitura e escrita, desde o 1º ano do ensino fundamental.

Nos anos finais do ensino fundamental, haverá ampliação da carga horária em língua portuguesa e matemática, inserção das disciplinas de redação, física e química no 9º ano.

Nas turmas do 1º ao 5º ano, os alunos que optarem por não cursar a disciplina de ensino religioso, que é de oferta obrigatória, mas tem matrícula facultativa, os estudantes poderão escolher o aprofundamento em leitura e escrita (ALE) completando a carga horária definida por lei para este nível de ensino.

Ensino Médio

Pensando em preparar os estudantes do ensino médio para o Exame Nacional do Ensino Médio, os vestibulares e o mundo do trabalho, haverá a inclusão dos conteúdos de conhecimentos gerais nos componentes curriculares de história e geografia da 3ª série do ensino médio regular e de atualidades, dentro do componente de sociologia.

Nas unidades de tempo integrais implantadas antes da adesão do Estado ao Programa de Implementação ao Ensino Médio em Tempo Integral, conteúdo de conhecimento gerais e atualidades será ministrado como disciplina.

Os alunos do ensino médio também terão aumento da carga horária em português, matemática, biologia, química e física, além da disciplina de redação em todas as séries.

Ensino Médio Integral

Nas 50 unidades escolares em Tempo Integral da rede estadual, que não integram o Programa de Implementação ao Ensino Médio em Tempo Integral, serão inseridos no componente curricular de cultura corporal, aulas de dança, jogos intelectuais, artes marciais ou esportes, que serão ofertadas de acordo com a opção de cada unidade escolar.

No componente curricular de produção e expressão artística cada escola poderá escolher entre aulas de teatro, dança, canto ou produção artística. Também será de livre escolha das unidades escolares optarem pela oferta de aulas de informática ou iniciação científica, de acordo com a demanda local.

Diversidade

As unidades de ensino que atendem públicos específicos como as escolas quilombolas, do campo, indígenas e as que oferecem a Educação de Jovens e Adultos (EJA), além dos avanços citados, as novas estruturas curriculares ainda atendem às especificidades de cada realidade.

Para a EJA, a proposta traz a inclusão do componente curricular emprego e trabalho, com o objetivo de preparar os alunos para o ingresso e permanência no mundo do emprego. Os estudantes também terão aulas de redação em todos os segmentos da EJA oferecidos.

As escolas quilombolas serão contempladas com conteúdos específicos valorizando os conhecimentos e a realidade dos alunos.  Será inserida a disciplina saberes e fazeres quilombolas, abrangendo formas de cultivo e produção destas comunidades. Outra novidade é o componente curricular cultura quilombola, que abordará a diversidade cultural especifica deste público.

Como forma de valorização das ciências camponesas, as escolas do campo terão, a partir deste ano, a disciplina saberes e fazeres do campo na qual serão trabalhadas, conforme a realidade sócioconômica de cada região, os conteúdos: sistema de cultivo, sistema de criação, agroindústria, aquicultura ou extrativismo.

Nas unidades escolares indígenas os estudantes terão, além do estudo da cultura religiosa indígena e do estudo da língua indígena, o componente curricular saberes indígenas que abordará, de maneira contextualizada, valores, crenças e costumes de cada etnia.