Problema que já dura mais de dois anos e se intensificou em 2018 com demissão em massa de trabalhadores, a crise entre produtores de frango e o frigorífico Bonasa, em Aguiarnópolis, no Bico do Papagaio, receberá atenção especial de Carlos Amastha (PSB) caso vença a eleição suplementar para o governo do Estado em 3 de junho. A garantia foi dada pelo próprio candidato da coligação “A Verdadeira Mudança”, que cumpriu agenda de campanha nesta quarta-feira, em Tocantinópolis, também no Bico.

“O governo passado nada fez para ajudar a buscar uma solução, tentar resolver o problema entre a empresa e os produtores. Literalmente, mataram as galinhas, neste  caso frango, dos ovos de ouro. Nós, diferente disso, teremos políticas públicas e vamos buscar contato com os empresários para saber no que o Estado pode ajudar e vamos fazer de tudo para encontrar uma solução satisfatória. Em Palmas, como prefeito, jamais deixamos de atender um empresário”, disse.

 

Crise na avicultura da região

 

A crise vivida pelo frigorífico Bonasa provocou quase a quebradeira do setor de  avicultura do extremo norte do Tocantins.  Alegando custo alto da atividade (provocada pela alta do preço dos grãos, necessários para a ração animal), a empresa pediu recuperação judicial e arrendou o empreendimento.

Atualmente, a  Frango Americano (de Belém, no Pará) arrendou a Bonasa. Desde o dia 25 do mês passado, é a empresa que conduz as atividades na unidade, que vive transição administrativa.

De acordo com a Associação dos Avicultores do Norte do Tocantins (Avinto), há três meses começaram as  demissões. Foram 600 pessoas demitidas desde janeiro (metade do número de funcionários que existiam na empresa). “Um absurdo. No momento como esse, uma onda de demissões, e quem poderia ao menos tentar fazer algo ficou de braços cruzados, acompanhando passivamente como se não fosse com ele”, criticou Amastha, em referência ao governador cassado Marcelo Miranda.

 

Dívida com produtores

 

Ainda conforme a Avinto, a dívida da empresa com os produtores gira em torno de R$  5 milhões. São 86 produtores que atuam, basicamente, em torno de Tocantinópolis. “Vamos, ao assumir o governo graças à confiança dos tocantinenses. Vamos nos reunir com os produtores, com os mandatários da empresa e buscar um encaminhamento para solucionar o problema”, garantiu Amastha.

 

 

Expectativas frustradas

 

 

A unidade foi inaugurada em 2007 pela Asa Alimentos. O empreendimento tem 11 mil metros quadrados, e a previsão era de abater 160 mil aves por dia. Porém, o máximo que conseguiu foi 60 mil animais/dia.  A expectativa de geração de vagas de trabalho também era considerável: 1.500 empregos diretos e outros 7.500 indiretos, agregando ainda a efetiva participação no processo de 400 produtores de aves sob o sistema de integração. Outra expectativa: faturar R$  300 milhões por ano.

Pouco depois de ter iniciado as atividades, a Bonasa chegou a gerar 15 mil empregos diretos e indiretos no Bico e ainda em cidades do Maranhão.

O problema começou a afetar o setor, conforme a Avinto, com a crise financeira nacional de 2016, aliada a problema de gestão do grupo.