Um idoso morador de Santana do Araguaia, próximo à divisa com o Tocantins, foi o primeiro caso de mucormicose (fungo negro) associada à Covid-19 no Pará, confirmou a Secretária de Saúde do Estado.

Confirme informações do G1 Pará, o homem procurou atendimento em Araguaína e Palmas, mas antes, ele foi internado no Hospital Regional de Conceição do Araguaia com sintomas de COVID-19. Lá ele foi diagnosticado com a doença e internado. Após alguns dias, teve alta.

Porém, o idoso sentiu piora e veio ao Tocantins buscando atendimento e foi internado e depois transferido a São Paulo, onde foi tratado.

A Secretária de Estado da Saúde do Pará investiga o caso para saber onde o idoso contraiu o fungo.

Mucormicose

Apesar de parecer uma novidade, a doença não surgiu agora, e já é conhecida há muito tempo pelos médicos. Trata-se de uma doença infecciosa rara causada pelo fungo Rhizopus spp., que pode ser encontrado naturalmente no ambiente.

O contágio é feito a partir da inalação do que chamamos de esporos, que são uma das formas evolutivas do fungo, uma forma mais resistente que se dissemina mais no ambiente.

O fungo é encontrado no meio ambiente, em vegetais, alimentos em decomposição, no solo. A a mucormicose se manifesta com mais frequência em pessoas que possuem o sistema imunológico mais debilitado.

Por estar presente no ambiente, é difícil estabelecer uma forma de prevenção da doença. A orientação é para que, em casos de pessoas com baixa imunidade, os cuidados com higiene sejam redobrados.

Sintomas de mucormicose

Os sintomas de infecção pelo fungo negro são variados, dependem do sistema imunológico do paciente e do órgão que foi atingido pelo fungo.

Segundo especialistas, é uma doença que tem cura e tratamento, mas que é potencialmente letal. Quando presente no organismo, pode deixar grandes sequelas.

De forma geral, os principais sinais e sintomas de mucormicose são:

– Nariz entupido;

– Dor nas maçãs do rosto;

– Perda da cartilagem do nariz, nos casos mais graves;

– Secreção nasal esverdeada;

– Dificuldade para enxergar e inchaço nos olhos, quando há comprometimento ocular;

– Tosse com catarro ou com sangue;

– Dor no peito;

– Dificuldade para respirar;

– Convulsão;

– Perda da consciência;

– Dificuldade para falar.

Além dos sintomas listados, quando o fungo atinge a pele podem aparecer lesões avermelhadas, endurecidas, inchadas, dolorosas e que, em algumas situações, podem se tornar bolhas e formar feridas abertas e com aspecto preto.

Em casos mais avançados, a pessoa com mucormicose pode apresentar uma coloração azulada na pele e dedos arroxeados e isto ocorre devido à falta de oxigênio provocada pelo acúmulo de fungos nos pulmões.

Mucormicose e Covid-19

A mucormicose é uma doença rara, mas que acontece mais facilmente em pessoas que possuem o sistema imunológico comprometido e, por isso, pode acontecer em pessoas com covid-19.

Foram publicados alguns casos de covid em concomitância com a mucormicose, mas ainda não está estabelecido um nexo causal entre essas duas doenças. Pode ser devido ao fato de os pacientes covid estarem usando corticóides há muito tempo, mas isso ainda não foi estabelecido um risco relacionado ao covid.

No caso do óbito registrado no país, o paciente não estava apenas com covid-19, mas também era diabético, o que naturalmente já o colocaria no “grupo de risco” da mucormicose.

Com informações do Folha Vitória