A Prefeitura de Palmas convocou os aprovados em quatro cargos do concurso da Educação que foram suspensos pela Justiça. Eles devem se apresentar antes do início do ano letivo e serão contratados temporariamente até 31 de dezembro de 2025.

 

Escola da rede municipal de Palmas — Foto: Lia Mara/Prefeitura de Palmas

 

Nesta quinta-feira (23), uma portaria publicada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) no Diário Oficial do Município, convocou estes aprovados para contratações temporárias. A medida tinha sido anunciada pelo prefeito Eduardo Siqueira Campos (PODE).

Conforme a prefeitura, 1.230 pessoas aguardam para tomar posse nestes cargos.

Segundo a publicação, a decisão de contrato temporário levou em consideração o início do ano letivo, que “exige do gestor a adoção de medidas céleres para viabilizar a oferta regular dos serviços da rede municipal de educação”.

Os aprovados convocados temporariamente devem comparecer à sede da Secretaria Municipal da Educação (Semed) até o dia 28 de janeiro para receber as instruções sobre a documentação necessária, assinatura do contrato e lotação.

 

Concurso suspenso

 

No dia 20 de dezembro de 2024, o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) suspendeu parcialmente o concurso. A decisão foi mantida pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão determina que a prefeitura não faça a homologação ou nomeação dos aprovados em quatro cargos: técnico administrativo educacional (monitor de educação infantil), supervisor pedagógico, orientador educacional e professor do Ensino Fundamental I.

O resultado do concurso foi homologado pela prefeitura no dia 11 de dezembro, com a publicação da lista dos aprovados. A seleção ofertou 3,5 mil vagas para início imediato e cadastro reserva. Foram 29.406 inscritos no processo seletivo que oferece 1.769 vagas imediatas com salários entre R$ 1.711,09 e R$ 6.532,91.

O pedido de suspensão foi feito pelo Ministério Público Estadual (MPTO), após denúncias de candidatos. A ação é motivada pela análise das provas de conhecimentos específicos que revelou um padrão atípico, no qual a alternativa “todas as afirmativas estão corretas” aparece como resposta de 12 das 15 questões, o que compromete a lisura do certame.

Outro ponto questionado trata da elaboração das questões. A recomendação é que as provas ou questões sejam elaboradas por uma banca de docentes. No entanto, constatou-se que apenas dois professores participaram da elaboração das provas.

Após a liminar determinando a suspensão, a Prefeitura de Palmas recorreu e o caso chegou ao STF. O município argumentou que a medida iria inviabilizar o planejamento escolar de 2025, pois não haveria tempo para empossar os candidatos ou contratar profissionais temporários.

O ministro Fachin analisou que não foram apresentados elementos concretos que comprovassem grave lesão à ordem ou à economia para derrubar a liminar expedida pelo TJ-TO.

Na decisão, o ministro citou o parecer da Procuradoria Geral da República, apontando que “não há indicativo de que a decisão impugnada implicará a paralisação dos serviços educacionais no Município, uma vez que é possível a contratação temporária de professores, medida essa que já vinha sendo adotada”.

A Prefeitura de Palmas criou uma comissão para acompanhar os desdobramentos do concurso. Os membros devem apresentar um relatório técnico para a Semed sobre o andamento do concurso. O prazo para conclusão e apresentação do relatório é de um ano, contados a partir do dia 8 de janeiro.

 

Manifestações dos aprovados

Após a decisão da justiça, os aprovados no concurso vêm se reunindo para fazer manifestações a fim de mudar a decisão da justiça. As manifestações já foram feitas em frente ao Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO), Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) e Secretaria de Estado da Educação do Tocantins (SEDUC-TO).

Além disso, os aprovados têm intensificado as manifestações nas redes sociais. Dezenas de comentários educados foram publicados nas postagens do perfil oficial do TJ-TO no Instagram, pedindo a liberação do concurso. Usando as hashtags #LiberaMeuConcurso e #EducacaoDePalmas, eles destacam a importância da educação e da justiça para os aprovados.

No dia 14, eles realizaram uma manifestação em frente à sede da Seduc e se reuniram com o secretário de Educação, Fábio Vaz. Na quarta-feira, 15, participaram de uma reunião de planejamento.  Já no dia 16, compareceram em audiência pública no Ministério Público do Tocantins (MPTO) e participaram de uma audiência no Ministério Público do Tocantins (MPTO). O encontro contou com a presença do promotor da 9ª Promotoria de Justiça de Palmas, Vinícius de Oliveira e Silva, e do promotor da educação, Benedito Guedes. Os candidatos participaram acompanhados do advogado da Ação Popular, Vinícius Arruda, e dos representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet).

As manifestações pelas redes socias e nos órgãos de Palmas continuam.