Um tratamento com baixas doses de aspirina pode ser um novo caminho para enfrentar a doença de Alzheimer, protegendo a memória dos pacientes, de acordo com novo estudo feito por cientistas americanos.
Segundo os autores, um dos principais mecanismos responsáveis pela progressão da doença é uma perda de capacidade do organismo para remover as placas formadas no cérebro – especialmente no hipocampo – pela proteína tóxica beta amiloide. A partir da avaliação de um grande conjunto de estudos que demonstravam a ligação entre a aspirina e o risco reduzido de prevalência de Alzheimer, os cientistas mostraram que o medicamento reduziu as placas de beta amiloide em camundongos, ao estimular a ação dos lisossomos – um componente das células de animais que ajuda limpar os detritos celulares.
A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade Rush, em Chicago (EUA), foi publicada nesta segunda-feira, 2, na revista científica The Journal of Neuroscience. “Nosso estudo identificou um possível novo papel para um dos medicamentos mais amplamente utilizados no mundo”, disse o autor principal do estudo, Kalipada Pahan.
Até agora, a FDA – a agência reguladora americana para alimentos e medicamentos – tem poucas drogas aprovadas para o tratamento da doença de Alzheimer – que afeta a memória e é considerada o tipo de demência mais comum no mundo – e os fármacos disponíveis fornecem só alívio limitado dos sintomas.
No novo estudo, durante um mês, os pesquisadores deram baixas doses de aspirina, por via oral, a camundongos que haviam sido geneticamente modificados para desenvolverem a doença de Alzheimer. Depois, a equipe avaliou a quantidade de placas de proteína beta amiloide nas partes do cérebro mais afetadas pela doença. “A aspirina estimulou os lisossomos e reduziu o acúmulo de placas nos cérebros dos animais.”
Por Estadão Conteúdo