Um botijão de gás pode ter sido usado para queimar os corpos de Acácio Gonçalves de Souza, de 70 anos, e do filho Márcio Gonçalves de Souza, de 36, numa propriedade rural, a 8 km de Paraíso do Tocantins. O botijão foi encontrado no quarto onde as vítimas foram carbonizadas. A mulher de Acácio, Ivani Ribeiro dos Santos, de 61, foi encontrada morta no quintal da casa, com um corte na garganta.
O calor das chamas chegou a rachar uma das paredes da casa. O outro quarto, que não foi atingido pelo fogo, estava revirado.
A Polícia Civil trabalha com duas linhas de investigação latrocínio e homicídio. A suspeita é que as três pessoas da mesma família tenham sido mortas na madrugada do último sábado (22). Vizinhos disseram que viram fumaça saindo da chácara entre 4 e 5h da madrugada. Mas os corpos da família só foram encontrados horas depois, quando parentes localizaram o carro das vítimas queimado às margens da TO-447, na estrada que liga Paraíso do Tocantins e Chapada de Areia.
O Instituto Médico Legal de Palmas fará exame de arcada dentária para identificar os corpos que foram carbonizados no quarto de uma chácara, a cerca de 8 km de Paraíso do Tocantins.
O delegado Hismael Tranqueira informou que o crime pode ter sido premeditado. “A brutalidade realmente é uma forma atípica dos crimes cometidos na região de Paraíso. Então, a forma, o modus operandi dos executores, nos levam a crer que o crime foi premeditado e, assim, tudo indica que as pessoas sabiam da rotina das pessoas no imóvel”.
Um dos filhos de Ivani e Acácio, Marcos Aurélio, disse que a família ficou em choque ao saber do crime. Ele comentou ainda que os pais não tinham inimigos e viviam tranquilos na chácara.
“Eles eram aposentados. Tiravam leite para beber, criavam galinhas e produziam coisas para a subsistência. Isso aí não é coisa que se faz com um ser humano. Acho que nem com um animal você deve fazer uma coisa dessas”, lamentou Marcos.
Na noite de sexta-feira (21), Marcos e uma irmã ligaram para os pais e não perceberam nada de errado. “Estavam todos bem, só minha mãe reclamou que estava um pouco tonta porque ela sofria de epilepsia e tomava remédios controlados”.
Ivani foi velada e enterrada na tarde deste domingo (23), no cemitério Bom Jesus, em Paraíso do Tocantins. Já os corpos de Marcos e Acácio ainda estão no IML de Palmas, onde devem passar por exames.
A família procura explicações. “Pelo menos saber o porquê. Porque uma coisa que eu te digo a verdade, eu não esperava isso”, lamentou Marcos.
Na manhã deste domingo (23), mais de 15 policiais civis saíram às ruas de Paraíso do Tocantins e cidades vizinhas para investigar o assassinato. Quatro pessoas já foram ouvidas. Os três moravam juntos na propriedade e eram produtores rurais.
Fonte: G1 Tocantins