Especial Gazeta do Cerrado
A Operação Marcapasso deflagrada pela Polícia Federal na última terça-feira, 7, culminou com a prisão de 10 médicos do Tocantins e desvendou um esquema fraudulento na área da Saúde no Estado por parte de empresas e profissionais. O assunto repercutiu na Assembleia Legislativa e a Gazeta do Cerrado conversou com vários deputados sobre o assunto.
Com o desdobramento, a operação retirou dos consultórios públicos e privados os principais cardiologistas do Estado que foram acusados de levar vantagens indevidas por meio das fraudes nas licitações para adquirir equipamentos médicos para o Sistema Único de Saúde (SUS).
O presidente da Casa Mauro Carlesse (PHS) afirmou á Gazeta do Cerrado que pode ser aberta uma CPI ou realizada uma Audiência Pública para apurar a responsabilidade da Secretaria de Saúde no caso da operação Marcapasso: “a Casa pode sim abrir uma CPI ou uma Audiência Pública para averiguar os fatos e convocar o Secretário para vir prestar esclarecimentos pelo menos sobre os fatos noticiados na mídia. Agora em relação a Polícia Federal nós não podemos opinião sobre a veracidade da investigação”, ponderou.
A equipe da Gazeta do Cerrado ouviu ainda os demais parlamentares sobre a possibilidade de ser aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a responsabilidade da Secretaria Estadual da Saúde.
O deputado Zé Roberto (PT), disse que falar em CPI agora é algo precipitado pois para ele é necessário obter mais informações: “o pouco que a gente viu a respeito da Operação Marcapasso foi atrás da mídia. Precisamos ter conhecimento sobre o assunto com mais profundidade. Caso após a coleta dessas informações for configurado um assunto grave de prejuízo ao Estado e caso haja votos suficientes é possível a abertura de uma CPI para investigar desvios do recurso público”, explicou.
A líder do governo, deputada Valderez Castelo Branco (PP) comentou que legalmente a Casa de Leis ainda não foi informada sobre as consequências da operação e frisou que falar em abertura de uma CPI para investigar a conduta da Secretaria da Saúde é um assunto delicada: “por enquanto é só uma investigação e as informações que temos são as que foram divulgadas pela imprensa”, concluiu.
“Apesar de saber que não apenas nesse setor, como em outros setores da classe médica existe a máfia do colarinho branco, eu não posso afirmar que nessa Casa existe a atuação da máfia do colarinho branco mas o resultado da operação é surpreendente”, afirmou o deputado Eli Borges (PROS) que acredita em tese que existe parte da classe médica que precisa ser investigada ,salvo os profissionais comprometidos com a ética profissional.
Eli Borges ressaltou que uma CPI para investigar a responsabilidade da Secretaria de Saúde pode ser instaurada pela Assembleia: “o profissional dessa área tem que ser puro e determinado o mais forte nesses profissionais não pode ser a visão financeira tem que ter a defesa da vida como prioridade. Com certeza existe a possibilidade da Casa instalar uma CPI” pontuou.
O deputado Olyntho Neto (PSDB) disse que há vários pedidos de abertura de CPI solicitados para investigações importantes que devem ser priorizados e citou os exemplos da CPI sobre as tarifas abusivas de água e esgoto, ainda assim não descartou o pedido de uma nova CPI para investigar a Saúde “não que a saúde da população não seja importante, e brincar com a saúde da população tocantinense é um absurdo”.
O deputado José Augusto Pugliese apresentou em caráter de urgência uma convocação para o secretário de saúde Marcos Musafir para comparecer à Casa de Leis para esclarecer o suposto envolvimento da Sesau e de funcionários com a Operação Marcapasso.